A geração de energia total projetada para 2021 pode não ser suficiente para atendimento de picos de demanda, dependendo da capacidade disponível de modulação das hidrelétricas. Os dados estão no Panorama de Energia Elétrica do
Curto ao Longo Prazo, publicado nesta semana pela MegaWhat Consultoria.
O problema pode estar no atendimento da carga máxima do sistema. Considerando os picos de carga de 2020, a geração hidráulica mínima demandada para este ano pode ficar acima da média da geração dos últimos anos. Segundo Ana Carla Petti, presidente da MegaWhat Consultoria, é importante lembrar que a carga em 2020 foi afetada pela pandemia, então a análise feita acaba sendo “conservadora”.
Segundo a análise da MegaWhat, os valores de geração mínima necessária e projetada para 2021 ficam praticamente iguais ao longo do ano, o que implica em maior probabilidade de corte de carga no mês em que ocorra essa indisponibilidade termelétrica.
O cenário mais pessimista pode acontecer a partir de agosto deste ano, quando a Petrobras vai realizar uma parada programada de manutenção da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, que escoa o gás natural produzido ali e de outras plataformas do pré-sal e pós-sal da Bacia de Santos.
Consultado pela reportagem a respeito dessa parada de manutenção, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que tem constante interação com a estatal. “Caso haja necessidade, serão acionadas outras térmicas disponíveis no sistema para manter o equilíbrio energético”, disse o ONS. O operador lembrou ainda que agosto é um mês de carga relativamente baixa no sistema.