A norte-americana New Fortress Energy assinou acordo para adquirir a Hygo Energy Transition, anteriormente conhecida como Golar Power, joint venture entre a Golar LNG Limited e um fundo gerido pelo Stonepeak Infrastructure Partners e a Golar LNG Partners, informou a companhia nesta quarta-feira, 13 de janeiro.
Em outra frente, a empresa assinou memorando de entendimentos com a BR Distribuidora e a chinesa CCETC para adquirir dois projetos termelétricos no Nordeste e firmou a compra da catarinense CH4 Energia, detentora de licenças e autorizações para desenvolver um complexo termelétrico associado a um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) no Porto de Suape (PE).
Com relação à aquisição da Hygo Energy, o presidente da NFE, Wes Edens, afirmou, em nota, que a operação permitirá a rápida expansão da presença da companhia na América do Sul, com três projetos de geração de energia a gás natural no mercado brasileiro. O negócio envolve, entre outros ativos, uma participação de 50% na Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), dona da termelétrica de Porto de Sergipe I, de 1.500 megawatts (MW) de capacidade, e o terminal de regaseificação de GNL acoplado, além de outros dois terminais de regaseificação, que, segundo a NFE, estão em “estágio avançado”.
De acordo com a NFE, aquisição da Hygo Energy considera um “enterprise value” (valor de mercado somado à dívida líquida da empresa) de US$ 3,1 bilhões e um valor patrimonial de US$ 2,18 bilhões. A operação envolve a aquisição de todos os papéis em circulação da Golar LNG Partners, em operação avaliada em um enterprise value de US$ 1,9 bilhão e US$ 251 milhões de valor patrimonial.
Em uma segunda operação, a NFE assinou memorando de entendimentos com a BR Distribuidora e a CCETC Brasil Holding para a possível aquisição de dois projetos termelétricos a óleo diesel Pecém II e Muricy II, no Ceará e na Bahia, respectivamente, totalizando 288 megawatts (MW) de capacidade instalada. Vencedores de leilão de energia nova A-5 de 2006, os dois empreendimentos ainda não entraram em operação.
O objetivo da NFE é obter aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para mudar a configuração e a localização dos projetos, para construir uma termelétrica a gás natural e um terminal de regaseificação de GNL no porto de Suape. Nessa linha, a companhia também assinou contrato para adquirir a CH4 Energia, que possui licenças e autorizações para o desenvolvimento de um terminal e a construção de até 1,37 GW de capacidade em geração termelétrica em Suape.
A expectativa da NFE é que o terminal e a usina termelétrica, considerando os 288 MW, entrem em operação comercial até o fim de 2022.
Com relação aos acordos com BR Distribuidora, CCETC e CH4 Energia, os valores não foram divulgados.
Em comunicado ao mercado, a BR Distribuidora informou hoje que a assinatura do memorando de entendimentos está em linha com a estratégia de gestão de portfólio da companhia, que busca maximizar a criação de valor para os acionistas.
Esta foi a segunda investida da NFE no mercado brasileiro. Em 2017, a companhia tentou adquirir o projeto de uma termelétrica a GNL do grupo Bolognesi em Rio Grande (RS). O negócio, no entanto, não foi concluído porque a companhia não obteve a autorização da Aneel para realizar as mudanças que pretendia fazer no empreendimento, segundo uma fonte a par do assunto.