A produção de energia elétrica da Petrobras no segundo trimestre alcançou 562 megawatts (MW) médios, volume 68,2% inferior ao observado no primeiro trimestre e 83% menor que o contabilizado de abril a junho do ano passado, informou a petroleira nesta quinta-feira, 21 de julho.
A queda da produção de energia, segundo a estatal, foi motivada pela melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas do país, o que demandou menos acionamento termelétrico e também teve como consequência a redução nas vendas de gás natural para o segmento térmico.
Na área de petróleo, a produção da Petrobras no segundo trimestre alcançou 2,114 milhões de barris diários, com queda de 5% em relação a igual período do ano passado, confirmando expectativa antecipada esta semana pela MegaWhat. Na mesma comparação, a produção de gás natural recuou 4,9%.
Segundo a petroleira, a queda na produção foi motivada pelo início de vigência do contrato de partilha de produção dos volumes de excedente da cessão onerosa dos campos de Sépia e Atapu, no pré-sal da Bacia de Santos, e pelo maior número de paradas para manutenções e intervenções em plataformas petrolíferas.
Refino
Na área de refino, as unidades da Petrobras processaram 1,771 milhão de barris diários no segundo trimestre, com alta de 2,6% em relação ao primeiro trimestre e de 1,7%, na comparação com o período de abril a junho de 2021. O fator de utilização das refinarias da Petrobras, por sua vez, alcançou 89%, superior aos 87% observados no trimestre anterior e aos 75% registrados no segundo trimestre de 2021.
As vendas de derivados de petróleo no segundo trimestre alcançaram 1.717 milhão de barris diários, com alta de 1% ante o primeiro trimestre, impulsionadas pelas vendas de diesel e de gás liquefeito de petróleo (GLP). Na comparação com o segundo trimestre de 2021, porém, as vendas recuaram 2,4%.
Com relação ao diesel, o volume de vendas no segundo trimestre alcançou 750 mil barris diários, com queda de 8% ante igual período de 2021. No caso da gasolina, na mesma comparação, houve um recuo de 2,8%, totalizando 375 mil barris diários.
Sobre os resultados financeiros da Petrobras no segundo trimestre, previstos para serem divulgados em 28 de julho, a XP disse esperar um trimestre sólido de geração de caixa. A expectativa da casa de análise é que a Petrobras apresente um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 16 bilhões no período.
Já o Credit Suisse prevê um Ebitda da petrolífera de US$ 19,5 bilhões, impulsionado pelo momento de preços de petróleo elevados e volume de vendas sólido no segundo trimestre.
Para Mahatma Ramos dos Santos, pesquisador do Ineep, o resultado operacional evidenciou a necessidade de aumento de investimentos em exploração e produção. “Em meio às turbulências provocadas pelas recentes mudanças na cúpula da governança da Petrobras, o desempenho operacional da empresa nesse 2T22 acende um alerta para a necessidade de incremento dos investimentos nos segmentos de exploração e produção, além de, mais uma vez, colocar em xeque a política de desinvestimentos em curso”, afirmou ele.
Texto atualizado às 15h13.