O custo da seca em 2021 foi de R$ 28 bilhões, mas caso o Brasil não utilizasse os atuais 11 GW de geração distribuída solar esse valor teria um aumento de 48,6%, ou R$ 41,6 bilhões. Os dados são de um novo estudo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) em parceria com a consultoria Volt Robotics, que considerou o cenário referência do Plano Decenal De Energia 2031 (PDE).
Segundo Donato Filho, sócio fundador da Volt Robotics, o levantamento, denominado “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros”, apresenta as contribuições da geração distribuída solar para a redução dos preços de eletricidade no País, além de ajudar a traçar cenários futuros.
No documento, a associação calcula que o crescimento da geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos trará mais de R$ 86,2 bilhões em benefícios para o setor elétrico, reduzindo os custos dos consumidores brasileiros em 5,6%, incluindo aquele que não possuem sistema solar próprio até 2031.
“ Em vez de a gente ter 30 meses de bandeira, a gente cai para 12 meses apenas de bandeira vermelha. Isto é menos termelétrica operando, menos custo no bolso do consumidor e menos poluição”, avalia o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
O levantamento prevê ainda que o possível avanço da geração própria de energia solar poderia reduzir em R$ 11,5 bilhões os encargos setoriais, já os custos repassados aos consumidores podem chegar aos R$ 34 bilhões, resultando em uma diminuição de 2,2% nas tarifas energéticas na próxima década.
“ O custo de operação do sistema aumenta sem a GD, saímos de R$ 431 bilhões para R$ 397 bilhões caso a gente utilize a geração distribuída solar, essa é a previsão oficial do PDE. Claro que existem anos que chovem ou não chove, olhando para o cenário mais seco o impacto seria de uma redução de R$ 189 bilhões”, afirmou Donato Filho.
Já a economia com perdas elétricas nas linhas de transmissão e redes de distribuição, poderia chegar a R$ 8,2 bilhões em um período de dez anos, a partir dos sistemas de geração própria, com potencial de queda de 0,5% nas tarifas de eletricidade.
Outro destaque é o potencial de proteção contra riscos financeiros sobre a variação dos preços dos combustíveis em cenários como o da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Com isso, o custo teria uma queda de R$ 24,2 bilhões, resultando na diminuição de 1,5% na tarifa.