O orçamento da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) continuará acima de R$ 10 bilhões por ano mesmo com a interligação de sistemas isolados no Norte do país nos próximos anos. Segundo um estudo da TR Soluções, as despesas com os sistemas isolados serão substituídas pelos custos anuais de operação e manutenção relacionados ao programa Mais Luz para a Amazônia.
Segundo o estudo da TR Soluções, o orçamento da CCC, que foi fixado em R$ 12 bilhões neste ano, deve somar R$ 11 bilhões em 2027, mesmo depois da interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), prevista para acontecer em 2025.
Em 2020, foi criado o Mais Luz para a Amazônia, dentro do programa do governo de universalização do acesso à energia elétrica, e que prevê que o atendimento seja feito com fontes renováveis, principalmente solar fotovoltaica, substituindo os pequenos geradores a diesel ou gasolina atualmente em uso. O programa fomenta instalações de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente (Sigfi) e Microssistemas Isolados de Geração e Distribuição de Energia Elétrica (Migdi).
Apesar de não demandarem combustível para geração de energia, esses projetos terão custos de operação e manutenção relativamente altos e cobertos pela CCC, de acordo com o estudo da TR Soluções.
Considerando as premissas da Resolução Normativa 1.016 de 2022 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o estudo aponta que o valor de referência para O&M desses projetos é de R$ 10.753,80 por MWh, o que representaria um impacto anual de R$ 1,13 bilhão na CCC em 2027.
As projeções consideram ainda uma redução de 55% na carga dos sistemas isolados em 2026 na comparação com 2022, devido às interconexões programadas para as localidades ainda isoladas do país. A redução acontece principalmente por Roraima, cuja carga de 1.618 GWh projetada para 2024 deve cair para 69 GWh em 2026.
(Atualizado em 25/07/2023, às 10h30)