Geração

Aneel homologa CVUs de Uruguaiana e Cuiabá na faixa de R$ 2.500/MWh

Aneel homologa CVUs de Uruguaiana e Cuiabá na faixa de R$ 2.500/MWh

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a homologação dos custos variáveis unitários (CVU) das termelétricas Uruguaiana e Cuiabá, ambas pertencentes à Âmbar Energia, na faixa de R$ 2.500/MWh.

No caso de Uruguaiana, foi homologado o CVU de R$ 2.416,09/MWh, mais o custo fixo de R$ 102,35/MWh, resultando em um CVU com custo fixo de R$ 2.518,44/MWh.

Esses valores serão válidos para contabilização da geração verificada entre 29 de outubro e 31 de dezembro de 2021. 

Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou uma proposta de iniciar a redução gradativa do despacho de termelétricas fora da ordem de mérito, a fim de reduzir o custo de operação do sistema. Com isso, Uruguaiana não deve ser despachada no curto prazo, pelo seu CVU mais alto. O mesmo vale para Cuiabá.

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“Mas é importante ter o CVU aprovado porque, no momento em que a geração se fizer necessária, ele já está estabelecido”, comentou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone. O diretor Efrain Cruz lembrou também da importância do valor devido aos pagamentos retroativos da primeira quinzena de novembro.

Para Cuiabá, foi aprovado o CVU de R$ 2.338,26/MWh, mantendo o custo fixo de R$ 131,81, resultando em um valor de R$ 2.407,07/MWh. Esse valor será válido apenas para contabilização da geração entre 3 e 15 de novembro. 

No período restante, o CVU será mantido em R$ 1.700/MWh mais os custos fixos de R$ 131,81/MWh, mantendo no CVU final de R$ 1.831,81/MWh. 

O aumento temporário do CVU de Cuiabá foi justificado por problemas operacionais decorrentes de uma explosão em um campo de exploração de gás natural na Bolívia, que impossibilitou a entrega de combustível para Cuiabá por um prazo definido. Para manter a operação, a companhia negociou o fornecimento com a Petrobras, a um custo maior.

Críticas ao Ministério Público

O diretor Efrain Cruz, relator do processo do CVU da termelétrica Cuiabá, comentou durante a exposição do seu voto que, enquanto a agência aprova custos desta magnitude para geração, a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), vai deixar de incrementar o sistema em 1,1 GW médio no próximo ano, devido à necessidade de ajuste em seu hidrograma.

Segundo o diretor, se Belo Monte pudesse trabalhar com o hidrograma A entre janeiro e julho de 2022, haveria o incremento de 1,1 GW médio, possibilitando um replecionamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste em 7%, com a energia vendida a R$ 144/MWh.

“Não tivemos a capacidade de convencer o Ministério Público de que utilizar o hidrograma A incrementa em 1,1 GW médio ao sistema”, criticou o diretor. Segundo ele, é importante que a agência articule conversas com o Ibama e com o MP, “para sensibilizar a importância dessas estruturantes”.