CCEE prioriza investimento em tecnologia na preparação de um 2024 desafiador

Camila Maia

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Camila Maia

Publicado

01/Dez/2023 13:37 BRT

Faltando exatamente um mês para a abertura do mercado livre para todos os consumidores de alta tensão, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) se prepara para um 2024 desafiador e com muito foco em desenvolvimento tecnológico.

Esses investimentos tecnológicos, tidos como fundamentais para o crescimento esperado das atribuições da CCEE, justificaram a aprovação pelos agentes de um reajuste de mais de 30% no orçamento de 2024.

"Tivemos esse voto de confiança do mercado, dos nossos associados, e agora vamos para a entrega", disse o conselheiro Eduardo Rossi.

Para Rossi, que assumiu uma cadeira no conselho da Câmara em maio deste ano e já liderou as conversas sobre o orçamento dentro da frente de gestão de pessoas e financeira, 2024 será "um ano muito desafiador, paradigmático, um ano diferente na história da CCEE".

Os agentes da CCEE aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 13 de novembro, o orçamento de R$ 271,6 milhões para 2024, crescimento de 24,4% em comparação com o orçamento deste ano.

Desconsiderando as despesas adicionais relacionadas à investimentos tecnológicos por novas atribuições da CCEE, o orçamento de 2024 seria de R$ 216,5 milhões, uma alta de 6% ante 2023.

Além desses valores aprovados, uma futura assembleia geral será convocada para aprovar um montante adicional de cerca de R$ 12 milhões, destinado a custear investimentos em uma nova plataforma de certificação de energia, assim como mudanças na política de governança da CCEE.

Caso os valores recebam aprovação dos agentes nessa nova assembleia, o orçamento total do próximo ano vai a R$ 286,2 milhões, e o aumento chega a 31%.

"A abertura de mercado para alta tensão vai estressas nossa operação, e temos ainda o desafio da segurança de mercado, que é uma novidade. Operacionalmente, isso é caro de fazer, tem um fluxo de dados relevante, é um processo muito sensível para os agentes pela segurança da informação", explicou Rossi.

Segundo o conselheiro, os investimentos em tecnologias e na certificação de energia convergem com a missão da CCEE, de viabilizar a comercialização de energia e desenvolver novos mercados.

A partir de 2024, migrar para o mercado livre será uma opção para consumidores com carga/consumo inferior a 0,5 MW conectados em alta ou média tensão, mas debaixo de um agente varejista, que irá representar seus clientes na CCEE.

Atualmente, há mais de 10 mil unidades consumidoras que se enquadram nesse "varejo" em processo de migração para o próximo ano.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não aprovou o aprimoramento das regras do comercializador varejista, mas a proposta submetida a consulta pública, e que teve o aval da própria CCEE, coloca a Câmara com a função de centralizar os dados de medição coletados pelas distribuidoras com esses novos consumidores livres.

>> Aneel aprova agenda regulatória e aprimoramento de regras do varejista pode ficar para 2024

"Estamos nos preparando para que o processo seja fluído, e na revisão da norma pela Aneel as contribuições da CCEE defendem a simplificação dos processos de adesão", disse Rossi. Segundo o conselheiro, não serão admitidos problemas na migração de consumidores por atrasos nos sistemas da CCEE.

Outro foco de atenção de Rossi, além da frente de segurança do mercado, está na melhoria da gestão das contas setoriais pela CCEE, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cuja consulta pública sobre o orçamento de 2024 está aberta neste momento na Aneel. "Vamos trabalhar muito com a Aneel no sentido de tornar os dados mais transparentes, para que a sociedade possa discutir o orçamento da CDE, que é bastante significativo", disse.

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