A relação institucional entre as entidades do setor de energia brasileiro, nas suas organizações e governança, está “desestruturada”, criticou Élbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), durante participação no evento Energia em Foco, da AES Brasil.
“A relação das instituições com o mercado não está boa, infelizmente. Não digo que o desenho institucional está ruim, mas nossa relação institucional é péssima hoje. O legislativo, o regulador, o poder concedente, vivemos uma bagunça institucional no setor”, disse Gannoum.
A executiva afirmou que o setor de energia sempre foi estruturado, mas recentemente as relações se deterioraram.
Gannoum também comentou sobre a necessidade de políticas públicas que estimulem a cadeia de renováveis, com foco na indústria. “Me preocupa porque há anos falamos do potencial do Brasil, e eu quero transformar o potencial em realidade”, disse.
Ela citou exemplos de políticas em elaboração, como o plano de transformação ecológica, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o plano de transição energética do secretário de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral, e o plano de política industrial do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Meu problema hoje é o mercado, onde estão os compradores. Sabemos toda a potencialidade da descarbonização, mas não estamos assinando contratos como gostaríamos. A economia brasileira, por inúmeras razões, não desenhou uma política estruturada de renováveis, e estamos sentindo isso, esse desenho será determinante numa rota de mercado”, disse.