Com novo desafio tecnológico, ONS tenta atingir alunos de ensino médio de escolas públicas

Natália Bezutti

Autor

Natália Bezutti

Publicado

06/Mar/2023 19:13 BRT

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) lançou o GamethONS, desafio tecnológico direcionado a estudantes e professores do Ensino Médio de escolas públicas de todo o Brasil. Os interessados poderão se inscrever a partir desta segunda-feira, 6 de março, em equipes, compostas por um professor ou professora e dois estudantes.

As 50 primeiras equipes inscritas serão convidadas para a live de abertura do GamethONS, em 3 de abril, e a premiação acontece em 8 de agosto. Os participantes serão estimulados a desenvolver um game inédito cujo tema são os desafios do setor elétrico nacional e sustentabilidade a ser publicado em HTML.

Segundo Marcelo Prais, diretor de TI, Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios do ONS, o GamethONS tem o objetivo de sensibilizar os alunos do Ensino Médio sobre as atividades fundamentais que são exercidas pelo Operador, além de aumentar a digitalização nas escolas públicas, levando o significado da energia elétrica num país com de grandes dimensões.

“E digitalizar mais os próprios alunos, inclusive, isso faz parte da premiação que a gente vai fornecer. Esses foram os principais motores que nos levaram a realizar o GamethONS. Essa é mais uma das iniciativas que são reconhecidas na celebração do aniversário do ONS, que acontece no mês de aniversário de 25 anos, em agosto”, disse Prais.

Sobre possíveis dificuldades de acesso à internet e a equipamentos para a realização do desafio, Isabella Marchetti, engenheira de Assuntos Regulatórios e Procedimentos de Rede Integrante da Comunidade de Inovação, explicou que esse foi um dilema enfrentado na organização do evento, uma vez que a única forma de alcançar os estudantes de todo o Brasil seria pelo meio digital.

“A gente sabe que existe uma dificuldade, e que estamos lidando com um público mais vulnerável, por isso a gente quis até associar à figura do professor. Ele faz parte do grupo, tentando dar um suporte a mais tanto na parte de infraestrutura, quanto na parte de apoio pedagógico”, disse Isabela Marchetti.

Carlos Alexandre Prado, assessor executivo da diretoria de TI, Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios do ONS, também destacou que o programa tem uma janela de tempo maior - seis meses -, o que permite uma maior atenção na trajetória da formação do estudante.

Além disso, voluntários do Operador serão destacados como mentores das equipes, podendo ajudar com questões mais técnicas de informática, do setor de energia e demais apoios necessários para viabilizar a participação.

“[No GamethONS], estou preocupado que os alunos conheçam um pouco mais de energia, e que os professores se apropriem do assunto e multipliquem, não só para quem participa, mas para as suas turmas. Isso dá tempo para que eles desenvolvam o desafio. Então não tem só um tempo de janela sem internet, vão ter um período bem mais longo de desenvolvimento do game”, disse Carlos Prado. Segundo ele, o Operador “pensou um modelo que simplificasse e tirasse a pressão pontual do desafio”.

Para o apoio pedagógico, o ONS também buscou um parceiro do ramo, a Sincroniza Educação. Antes de os alunos colocarem “a mão na massa”, será aplicada uma trilha formativa, com duração de mais ou menos um mês, e mais três módulos tratando os temas de energia, sustentabilidade e recursos digitais. Também haverá um ‘onboard’ com as equipes, com a plataforma de acesso ao jogo, e a alocação de mentores para que ajudem no desenvolvimento.

“Primeiro a gente vai passar pelos conceitos básicos e os desafios, nivelar o conhecimento entre eles, e passar dos grandes desafios, de crescimento das renováveis, recursos energéticos distribuídos, e tratar não só o dia a dia da operação do sistema, mas trazer inspiração para eles criarem o enredo do jogo”, contou Isabela Marchetti.

Digitalização

Além da premiação, Marcelo Prais disse que o ONS pretende, na medida do possível, distribuir equipamentos para as escolas públicas que hoje estão dentro de sua política de renovação.

“Hoje pode ser que eles não tenham uso para a nossa finalidade, mas ainda podem ter um uso muito grande, um vida útil muito grande para as escolas, e isso contribui para a construção de laboratórios de informática a partir da doação de equipamentos”, explicou Prais. A possibilidade de doação dos equipamentos já recebeu sinal positivo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), “e estamos muito felizes com esse movimento”, completou o diretor.

Assim como o DatathONS, que neste ano terá a sua quinta edição, o Operador busca despertar o interesse para o setor elétrico, agora com escolas do ensino médio e profissionalizante, exercendo uma função social ao mesmo tempo em que qualifica os alunos para novas vagas para o setor.

Critérios de avaliação e premiação

Os trabalhos serão avaliados por uma comissão formada por funcionários do ONS e representantes da Sincroniza Educação, empresa parceira do Operador na concepção e execução do projeto. Os critérios que serão observados pelos avaliadores são: adequação ao tema; jogabilidade; originalidade de game design e recursos; coerência entre o projeto/documentação e o produto final.

As equipes vencedoras receberão prêmios que vão desde notebooks até documentos digitais de Menção Honrosa. Além disso, os estudantes das equipes classificadas entre as dez primeiras colocações poderão concorrer a uma oportunidade de estágio de curta duração na área de Tecnologia da Informação do Operador. As vagas são para seis meses e estão sujeitas ao interesse dos participantes, à aprovação dos representantes legais e à aprovação da escola.

As inscrições vão de 6 a 28 de março pelo site www.gamethons.com.br