Tucurui, Itumbiara, Agua Vermelha e Porto Primavera envolvem maiores ganhos na repactuação do GSF

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

02/Mar/2021 15:17 BRT

As hidrelétricas de Tucuruí (Eletronorte), Itumbiara (Furnas), Água Vermelha (AES) e Porto Primavera (Cesp) serão as que contabilizarão maior ganho com a nova repactuação do GSF, de acordo com dados disponibilizados hoje pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Apenas Tucuruí, cuja concessão vence em agosto de 2024, terá direito a um ativo de R$ 2,43 bilhões, correspondente aos 425,9 dias de concessão que vai ganhar. 

A CCEE analisou 106 meses, entre março de 2012 e dezembro de 2020, e excluiu do GSF aqueles fatores que não eram efetivamente risco hidrológico, como deslocamento hídrico causado pela geração de termelétricas fora da ordem de mérito, os efeitos da motorização das usinas estruturantes, e também atrasos em linhas de transmissão. 

Ao excluir esses fatores, chegou a um valor presente líquido total de 15,7 bilhões, correspondentes aos prazos que as hidrelétricas vão ganhar em contrapartida da repactuação do GSF e desistência das liminares que travam o mercado de curto prazo de energia há cinco anos.

Como Tucuruí tem o vencimento da concessão próximo o valor futuro do impacto, de R$ 3,44 bilhões, quando trazido a valor presente ainda fica acentuado. A segunda usina com maior ganho contábil é a de Itumbiara. A concessão da usina vence em 2051, e ela terá direito a sete anos de extensão, o limite imposto pela Lei 14.052. Não fosse esse limite, o prazo seria ainda maior. Esse ganho de concessão corresponde a um impacto financeiro de R$ 695,3 milhões para a companhia.

Agua Vermelha aparece em seguida, com ganho de 962 dias a partir de seu vencimento, em dezembro de 2029, o que corresponde ao ganho contábil de R$ 577,4 milhões. Para Porto Primavera, haverá prazo extra também de sete anos a partir de seu vencimento, em 2049, correspondentes ao ganho de R$ 571,5 milhões.

Além de Itumbiara e Porto Primavera, também ultrapassaram o prazo máximo - e ficarão com ganhos de sete anos em suas concessões - as hidrelétricas de Sobradinho (ganho contábil de R$ 461,6 milhões), Pedra do Cavalo (R$ 57,6 milhões), Barra dos Coqueiros (R$ 50,8 milhões), Salto Rio Verdinho (50,1 milhões), Cacu (36,8 milhões), Pery (R$ 6,4 milhões), e 11 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).