A probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña a partir de setembro está cada vez maior, informou a analista setorial da MegaWhat, Olívia Nunes, durante apresentação na live Ligados no Preço dessa quarta-feira, 14 de julho. Segundo a especialista, a probabilidade do fenômeno, que na semana passada era de 51%, está em 66%.
Com isso, aumenta a chance de que o próximo verão seja novamente chuvoso nas regiões Norte e Nordeste e seco no restante do país.
“Temos a expectativa de uma La Niña, que pode trazer uma qualidade pior para a chuva no Sudeste, ainda mais agora no período úmido”, disse Nunes. A redução da chuva no Sudeste/Centro-Oeste e Sul acaba resultando em menores acumulados nessas regiões. “Mas isso se acontecer uma La Niña classica”, ressaltou a analista. Segundo ela, ainda não se sabe como o cenário vai evoluir.
Enquanto o El Niño é um fenômeno associado ao aquecimento da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial, a La Niña ocorre quando a temperatura fica abaixo da média.
Uma La Niña que se desenvolve durante os meses da primavera implica em padrões de precipitação diferentes no Sul e no Nordeste em comparação com os meses de verão. Na média, a chuva abaixo da média sobre o Sul é mais consistente na primavera e a chuva acima da média sobre o Nordeste é mais consistente no verão.
Em 2020, a La Niña foi uma das responsáveis pela hidrologia ruim registrada no país. De setembro do ano passado a junho deste ano, as afluências nos reservatórios das hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) tiveram o pior índice em 91 anos, desde que as medições começaram a ser feitas. A falta de chuvas deteriorou os reservatórios das hidrelétricas, principalmente no Sudeste/Centro-Oeste, ameaçando o abastecimento de energia no país.