Hidrogênio

Indústria do hidrogênio verde vai ajudar a puxar recuperação dos preços de energia, diz VP da Eletrobras

O Brasil tem grande vantagem no mercado de produção de hidrogênio de baixo carbono, pela oferta de geração de energia renovável por diversas fontes. Os maiores obstáculos são a demanda, mesmo pela indústria, a capacidade de escoamento de energia até os eletrolisadores, e a oferta de produção de eletrolisadores. A conclusão é de Ítalo Freitas, vice-presidente de Engenharia de Expansão da Eletrobras, que participou do Lefosse Energy Day realizado nesta quarta-feira, 23 de agosto.

Indústria do hidrogênio verde vai ajudar a puxar recuperação dos preços de energia, diz VP da Eletrobras

O Brasil tem grande vantagem no mercado de produção de hidrogênio de baixo carbono, pela oferta de geração de energia renovável por diversas fontes. Os maiores obstáculos são a demanda, mesmo pela indústria, a capacidade de escoamento de energia até os eletrolisadores, e a oferta de produção de eletrolisadores. A conclusão é de Ítalo Freitas, vice-presidente de Engenharia de Expansão da Eletrobras, que participou do Lefosse Energy Day realizado nesta quarta-feira, 23 de agosto.

“Um projeto de hidrogênio ou amônia facilmente consome entre 1 GW e 1,5 GW. Quando você tira isso do sistema, você move o ponteiro da curva de preço pra cima e equilibrando”, disse Freitas. Segundo ele, com isso, o hidrogênio poderá “redirecionar” o uso da grande oferta de energia renovável proveniente da geração distribuída e da autoprodução, por exemplo.

Assim, oproblema de excesso de geração renovável atual se transforma em oportunidade grande para a produção desse novo insumo. 

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A Eletrobras, de acordo com Freitas, vai liderar esse mercado, por ter instalações de geração renovável por diversas fontes espalhadas em todo o Brasil. “É a única que pode garantir geração 24/7”, disse, completando que essa geração estável é necessária para que os eletrolisadores possam operar 96% do tempo, algo fundamental para que tenham competitividade.

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“O desafio grande para o Brasil está na colocação da demanda por hidrogênio, em termos de tecnologia”, explicou Freitas.

Segundo o executivo, indústrias eletrointensivas, que são grandes emissores de carbono, podem optar pelo hidrogênio verde, mas é muito caro eletrificar as operações. “Precisamos acompanhar as tecnologias do mundo, a primeira siderúrfica verde do mundo começou a ser construída agora na Suécia, fica pronta em 2026”, disse.

Além disso, localidades com grandes projetos de hidrogênio terão desafio também para ter acesso a energia renovável necessária. O Porto de Pecém, no Ceará, por exemplo, tem mais de 20 memorandos de entendimento assinados para desenvolvimento de projetos do tipo. “Ali, no máximo tem 3 GW de capacidade na subestação de Pecém, vão precisar reestruturar todo o sistema de transmissão ali e o investimento é pesado”, disse.

O vice-presidente da Eletrobras falou ainda das oportunidades com os chamados e-fuels, os novos combustíveis sustentáveis, muitos dos quais poderão ser produzidos a partir do hidrogênio verde.

“Esses derivados do hidrogênio verde facilitam um dos grandes problemas do hidrogênio, que é o transporte”, disse Freitas, dando como exemplos o metanol verde, que poderá ser usado na descarbonização do transporte marítimo e ferroviário, o combustível sustentável de aviação (SAF) e o próprio tolueno, um tipo de “gasolina verde”.

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