Banco Mundial pode disponibilizar linha de crédito de R$ 5 bi para hidrogênio no Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) celebrou neste sábado, 2, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, memorandos de entendimento com instituições financeiras internacionais que podem resultar em até R$ 6,5 bilhões em novos investimentos verdes no Brasil. Nesta segunda-feira, 4 de dezembro, foi a vez do BNDES assinar um acordo com a Eletrobras, promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil, para promover a descarbonização da Amazônia e a recuperação de bacias hidrográficas brasileiras.

Europeus financiando a descarbonização

Os acordos do BNDES com o Banco Mundial (Bird) e com o Banco Europeu de Investimento (BEI) visam fortalecer a cooperação entre as instituições na busca de soluções de financiamento, troca de experiências e melhores práticas e identificação de projetos de interesse comum.

A colaboração com o Banco Mundial é direcionada ao financiamento de soluções de hidrogênio de baixo carbono no Brasil, com potencial de beneficiar toda a cadeia produtiva. As instituições manterão diálogo sobre possível linha de crédito de até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) com o propósito de criar um fundo de riscos para apoio a projetos de hidrogênio.

Na avaliação do presidente Aloizio Mercadante, o acordo "representa mais uma oportunidade para a realização do objetivo do BNDES de promover uma reindustrialização verde no Brasil e potencializar sua reconhecida missão de fomento ao uso de energias renováveis no país, com a expansão e diversificação de sua matriz energética limpa”.

A parceria com o BEI, por sua vez, tem como foco o cofinanciamento de projetos de energia renovável, descarbonização e desenvolvimento da Amazônia, além do compartilhamento de melhores práticas socioambientais. O documento prevê a possibilidade de uma de linha de crédito de 300 milhões de euros do banco europeu, para que o BNDES invista no setor de água e esgoto, com garantia da União.

Acordo em descarbonização e recuperação de bacias hidrográficas com a Eletrobras

Nesta segunda-feira, 4 de dezembro, a Eletrobras e o BNDES firmaram um acordo de cooperação para a construção de parcerias em projetos para a descarbonização da Amazônia e para a recuperação de bacias hidrográficas brasileiras.

A parceria estabelecida na COP28 planeja projetos de revitalização de bacias hidrográficas com base em investimentos socioambientais; descarbonização na Amazônia, ações de melhoria da navegabilidade dos rios Madeira e Tocantins, além de projetos para interligar comunidades isoladas.

O acordo de cooperação tem como foco o desenvolvimento de parcerias por meio de matchfunding de restauro ambiental para alavancar recursos que serão investidos nos fundos regionais.

Na ocasião da privatização da companhia, foi prevista nos contratos de concessão a manutenção, por parte da Eletrobras, de fundos regionais para ações em prol do meio ambiente. Em dez anos, a companhia vai investir cerca de R$ 10 bilhões em sustentabilidade.

"Temos visto tudo o que BNDES tem feito para que a gente tenha uma transição energética de maneira mais justa. O Brasil, como a gente sabe, tem todos os elementos para liderar essa agenda, entendo que a gente não consegue fazer isso, sem a participação muito efetiva do BNDES e da Eletrobras”, comentou Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, em relação ao acordo, assinado durante o evento “Fundos para Aceleração da Transição Energética do Brasil”, realizado no contexto da COP28.

(Atualizado em 04/12/2023, às 16h20, para inclusão de informações sobre o acordo entre Eletrobras e BNDES)