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O potencial de utilização do hidrogênio na descarbonização da indústria e do transporte está abaixo do que poderia ser alcançado dada a falta de definição de uma terminologia comum entre os países. Essa é a conclusão de uma análise de Timur Gül e Noé van Hulst, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“Uma metodologia acordada internacionalmente para calcular a intensidade das emissões da produção de hidrogênio poderia reduzir os custos de financiamento, trazer maior visibilidade para os investidores e permitir uma maior economia de escala”, diz trecho do documento.
Adicionalmente, os analistas argumentam que o desenvolvimento está atrasado devido à incerteza sobre a demanda futura, infraestrutura de transporte e entrega do hidrogênio aos clientes.
Segundo o estudo, a demanda por hidrogênio permanece confinada a algumas aplicações tradicionais, com a maior parte da produção de hidrogênio sendo baseada nos combustíveis fósseis.
Eles concordam, contudo, que os governos têm apoiado o desenvolvimento do hidrogênio de baixo carbono chegando, ao final de 2022, em quase 30 estratégias governamentais. A agência internacional ainda contabilizou mais de 1.200 novos projetos para produzir hidrogênio de baixa emissão, mas apenas 5% com decisões concretas de investimento.
Do lado da demanda, o crescimento foi de 3% até 2022 e concentrado nos setores de refino e indústria. “Alguns países pretendem importar grandes volumes de hidrogênio, enquanto outros se posicionam como futuros exportadores no nascente mercado de hidrogênio”, diz o documento.
Terminologia
Atualmente, terminologias diferentes são usadas para categorizar o hidrogênio com base em como ele é produzido, incluindo ‘sustentável’ ou ‘limpo’, além das cores: ‘cinza’, ‘azul’, ‘rosa’ ou ‘verde’.
“Há, é claro, muitas razões por trás desses obstáculos, mas a ausência de uma terminologia unificada é o maior impedimento ao investimento e ao comércio potencial”, destaca o documento da IEA.
No entanto, não há definições acordadas para esses termos e, na visão dos analistas, eles podem esconder diferentes níveis de emissões.
“Para o chamado hidrogênio ‘azul’ produzido com gás natural com captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), nossa análise mostra que as emissões/kg de hidrogênio produzido podem variar substancialmente, dependendo da tecnologia usada e da taxa de captura”, indicam os analistas.
O documento ainda destaca que as várias rotas de produção de baixa emissão e seus altos custos atuais devem cair significativamente com a inovação tecnológica e o aumento de escala, assim como ocorreu com a energia solar fotovoltaica e as baterias nos últimos 15 anos.
De acordo com a análise, uma metodologia comum para determinar a intensidade das emissões de hidrogênio permitiria comparar os diferentes sistemas de certificação e suas estruturas regulatórias.