Hidrogênio

Brasil deve reunir 8% dos investimentos globais em hidrogênio até 2030, aponta Thymos

O mercado de hidrogênio sustentável, verde ou com compensação de carbono (CCUs), deve movimentar globalmente US$ 350 bilhões até 2030, dos quais o Brasil deve abarcar uma fatia de 8%. O levantamento faz parte do white paper “Hidrogênio verde: a nova fronteira dos mercados de energia”, desenvolvido pela Thymos Energia.

Green energy with hand holding an environmental light bulb background
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O mercado de hidrogênio sustentável, verde ou com compensação de carbono (CCUs), deve movimentar globalmente US$ 350 bilhões até 2030, dos quais o Brasil deve abarcar uma fatia de 8%. O levantamento faz parte do white paper “Hidrogênio verde: a nova fronteira dos mercados de energia”, desenvolvido pela Thymos Energia.

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De acordo com o estudo, o maior desafio para o desenvolvimento do hidrogênio verde é conseguir reduzir o preço do energético para US$ 2 por quilo, significando uma queda entre 50% e 70% do valor atual no mundo.

Segundo João Carlos Mello, CEO da Thymos, entre os principais custos do processo está o de produção, e que envolve a energia elétrica, sendo um desafio mesmo em países com grande potencial renovável. 

No documento, a consultoria estima que para atingir essa redução, o valor dos eletrolisadores e da energia precisam ser reduzidos de forma significativa, chegando em torno de 75% e mais de 50%, respectivamente.  

Outras despesas que também precisariam cair são as de conexão para o transporte de energia de usinas com fontes renováveis (eólica e solar), que somam, até o momento, US$ 0,7 por quilo aos gastos envolvendo a produção de hidrogênio, e de armazenamento, com custo estimado de US$ 0,3 por kilo.  

Na visão de Mello, o Brasil já deu os primeiros passos em direção a essas reduções, por meio da implementação de marcos estratégicos que devem incentivar o desenvolvimento do mercado nacional.  

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“Porém, [o Brasil] precisa avançar na criação de políticas estruturantes e planejadas para estabelecer essa indústria por aqui”, conclui João Carlos.  

Além desses pontos, Jovanio Santos, head de Estratégia e Novos Negócios da Thymos, defende que o país precisa evoluir em questões tecnológicas para ganhar escalabilidade, o que também poderia reduzir os custos.  

“Assim como aconteceu com os módulos fotovoltaicos e com os aerogeradores, o ganho de escala é fundamental para reduzir os custos da tecnologia dos eletrolisadores. Ademais, isso também é válido para a tecnologia de captura e armazenamento utilizada para produção do hidrogênio azul. Esforços coordenados dos setores público e privado são necessários para vencer os desafios e apoiar a expansão e o uso do hidrogênio sustentável, contribuindo com a redução das emissões de gases de efeito estufa”, diz Santos.  

Potencial H2 Brasil 

Ainda segundo o head de Estratégia da Thymos, com o potencial de alcançar os US$ 28 bilhões, o mercado de hidrogênio brasileiro será destaque no mundo, devido à disponibilidade de recursos renováveis e a oferta da fonte hídrica.  

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“O hidrogênio pode ajudar a descarbonizar o setor de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo; grande parte do segmento industrial; também os segmentos de mineração e siderurgia e ainda pode ser usado para gerar aquecimento e produzir energia elétrica”, afirma Santos.

Para isto, o estudo da Thymos aponta para necessidade de criação de uma estratégia nacional envolvendo vários aspectos, entre eles, a atuação conjunta da sociedade e demais stakeholders, como os produtores, consumidores, investidores e especialistas. 

Segundo relatório, em 2022, foram consumidos no mundo 95 milhões de toneladas de hidrogênio nos seus mais diversos fins, sendo 62% do montate derivado do gás natural, 21% do carvão, 16 % de óleo/nafta e 1% de combustíveis fósseis com CCUS e eletricidade.  
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