Leilão da ANP negocia 59 blocos e arrecada R$ 422 bilhões

Rodrigo Polito

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Rodrigo Polito

Publicado

13/Abr/2022 12:39 BRT

(Com Poliana Souto)

A sessão pública do terceiro ciclo da oferta permanente, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta quarta-feira, 13 de abril, arrecadou R$ 422,4 milhões em bônus de assinatura. Marcado pela ausência da Petrobras, o leilão negociou 59 blocos, vencidos por 13 empresas e consórcios, que investirão R$ 406,3 milhões nas áreas.

As petroleiras Shell, Ecopetrol e Total arremataram novas áreas exploratórias na Bacia de Santos, na sessão pública do terceiro ciclo de oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta quarta-feira, 13 de abril, no Rio.

O consórcio formado pela Shell (70%) e a Ecopetrol (30%) venceu seis blocos, enquanto a TotalEnergies ficou com outros dois. A petroleira francesa fez os maiores lances do certame, ofertando R$ 150 milhões de bônus para o bloco S-M-1711 e R$ 125 milhões para o S-M-1815.

A diretora de Exploração da Shell Brasil, Manoela Lopes, afirmou que o resultado do leilão foi "mais um marco de nosso foco no Brasil, que é responsável por cerca de 13% da produção global de óleo e gás da Shell".

Na Bacia do Espírito Santo, a CE Engenharia venceu o bloco terrestre ES-T-399, com bônus de R$ 205 mil, e o consórcio Imetame (30%)/Seacrest(50%)/EnP Ecossistemas (20%) levou o ES-T-528, com um bônus de R$ 151 mil.

Na Bacia do Recôncavo, a Petroborn ganhou os blocos terrestres REC-T-103 e REC-T-165, com bônus de R$ 360,5 mil e R$ 211,5 mil, respectivamente. A NTF arrematou o bloco REC-T24, com R$ 501 mil de bônus de assinatura. A NTF arrematou outro bloco, o REC-T-191, em parceria com a Newo (50%/50%), com bônus de R$ 80 mil.

Na Bacia de Sergipe-Alagoas, a Origem arrematou 13 blocos (SEAL-T-102, 103, 110, 120, 141, 151, 153, 166, 167, 179, 187, 252 e 253). A empresa também ganhou quatro áreas na Bacia de Tucano Sul (TUC-T-146, 154, 167 e 177). Na mesma bacia, o consórcio Imetame/EnP Ecossistemas venceu dois blocos (TUC-T-140 e 161).

A Petro-Victory, por sua vez, ganhou 19 áreas na Bacia de Potiguar (POT-T-281, 304, 327, 352, 354, 355, 391, 393, 435, 436, 474, 520, 605, 608, 609, 654, 655, 696 e 697). Na mesma bacia, a 3R Petroleum arrematou seis blocos (POT-T-326, 353, 437, 524, 525 e 568).

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o leilão foi "excepcional", pelos números obtidos. "O leilão de hoje demonstra o acerto dessa política pública [do sistema de oferta permanente]", disse ele.

Durante a abertura do leilão, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, disse que a transição energética deve ser feita de forma equilibrada.

“A transição energética precisa ser feita de forma equilibrada. É preciso aumentar investimentos em renováveis. Mas ao mesmo tempo é imprescindível continuar atendendo a demanda por hidrocarbonetos de forma sustentável e eficiente até que as novas soluções sejam capazes de substituí-los”, disse o diretor.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) avaliou como positivo o resultado do leilão, "com destaque para a diversidade de atores que arremataram os blocos em terra, consolidando a pujança da atividade".

Na mesma linha, Anna Paula Carvalho, sócia do Souto Correa Advogados, disse que o leilão foi bem sucedido. "Em termos de arrecadação, dentre os três ciclos de oferta permanente de concessão já realizados, foi o mais bem sucedido, especialmente por terem sido 59 blocos arrematados e estarmos diante de uma arrecadação de mais de R$ 422 milhões, envolvendo seis estados brasileiros", completou a especialista.

Texto atualizado às 19h55.