Com a previsão de contratação de três produtos de geração, dois para termelétricas novas ou existentes, e um para ampliação em hidrelétricas existentes, o primeiro leilão de reserva de capacidade de 2024 pode atrair gigas” em projetos de ambas as fontes, afirmaram executivos da Petrobras e da Eletrobras em entrevista à MegaWhat durante o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia.
As térmicas são a aposta da Petrobras em uma possível participação. Segundo Mauricio Tomalsquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, a empresa está se preparando para participar por meio de térmicas com contratos próximos ao fim. Confira a entrevista na íntegra no canal da MegaWhat no YouTube.
“Estamos analisando todo o material da licitação, mas estamos otimistas. Vamos entrar sem dúvida. Provavelmente chegaremos a gigas porque temos várias plantas, mas estamos analisando as condições”, ressaltou o diretor.
Do outro lado, a fonte hídrica pode ser o lance da Eletrobras, de acordo com Élio Wolff, vice-presidente Executivo de Estratégia e de Desenvolvimento de Negócios da empresa. Segundo o executivo, uma eventual participação da companhia pode ser motivada pela sua capacidade de adicionar novas máquinas em suas hidrelétricas.
Sem trazer detalhes sobre o tamanho dos projetos, Wolff afirmou à MegaWhat que a empresa tem estudado formas de habilitar suas usinas.
“Temos expectativa e podemos chegar em ‘gigas’, temos possibilidades. Queremos preservar a competitividade da companhia, então os nomes [dos empreendimentos] e as localidades estamos preservando. [Para participar do leilão] você precisa habilitar uma planta, o que requer estudo para assegurar tranquilidade, assim como o trabalho para obter o licenciamento e as autorizações necessárias para participar no leilão”, falou Wolff.
Em transmissão
Já os sistemas de armazenamento de baterias têm futuro incerto no certame, pelo menos neste ano. Na visão de Rui Chammas, CEO da ISA Cteep, o aumento das renováveis no Brasil é um indicativo de que o país precisará realizar mais certames do gênero e a adoção dessa solução poderia ajudar no atendimento durante os horários de pico, por exemplo.
À MegaWhat, o executivo ponderou que o Brasil precisa avançar em algumas questões sobre o tema. O Ministério de Minas e Energia (MME) tem falado sobre a possibilidade de incluir o equipamento no primeiro leilão de reserva de capacidade do ano, contudo uma regulamentação sobre a solução ainda precisa ser elaborada.
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Com um projeto de armazenamento de energia em bateria de larga escala, instalado na subestação de Registro, em São Paulo, para atender picos de consumo, a ISA Cteep tem interesse na inclusão de baterias no certame, segundo Chammas.
“A demanda na ponta tem cada vez mais variabilidade em função dos geradores. Então, precisamos ter elementos no nosso sistema integrado que permitam armazenagem de energia, além do que a gente já tem nos reservatórios [ das hidrelétricas]”, destacou o executivo
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