Debate sobre preço de energia marca 50 anos do tratado de Itaipu – Edição do dia

Thereza Martins

Autor

Thereza Martins

Publicado

25/Abr/2023 10:30 BRT

Categoria

MegaExpresso

A Folha de S. Paulo traz, na edição desta terça-feira (25/4), uma reportagem a respeito do aniversário de 50 anos da assinatura do tratado entre Brasil e Paraguai para a construção e a operação da usina binacional de Itaipu, no Rio Paraná – a terceira maior hidrelétrica do mundo. A data, a ser comemorada amanhã (26/4), marca dois momentos históricos, afirmam especialistas ouvidos pela reportagem.

Olhando para trás, o tratado referenda o que setor de energia qualifica como triunfo da "engenharia diplomática". Olhando para frente, marca outra negociação, a do início da revisão das bases financeiras da usina e, consequentemente, do preço da energia.

O Instituto Acende Brasil destaca que, como os sócios, Brasil e Paraguai, têm porte e históricos muito diferentes, os números mostram que os termos do acordo exigiram mais do lado brasileiro. Pelo tratado de Itaipu, a energia é dividida meio a meio. No entanto, o Paraguai não consome toda a sua parte, e obrigatoriamente vende para o Brasil. No último balanço da empresa, 76% da energia de Itaipu ficou com o Brasil, e o país foi responsável por 86% das receitas da usina. Considerando todas as operações financeiras naquele ano, 98% do custo total foi arcado pelo lado brasileiro, segundo o Acende Brasil.

MG é o primeiro estado brasileiro a superar a marca de 5 GW de geração de energia solar fotovoltaica

O jornal mineiro Diário do Comércio publicou ontem (24/4) uma reportagem a respeito da expansão da geração de energia solar fotovoltaica no estado. Citando dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o jornal destaca que Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a superar a marca de 5 GW de geração de energia solar fotovoltaica em operação.

De acordo com a reportagem, a liderança mineira em relação à energia solar fotovoltaica pode ser explicada pela contabilização tanto por geração centralizada (que inclui grandes usinas) quanto pela geração distribuída (pequenos módulos descentralizados). De janeiro a março de 2023, 823 MW de geração centralizada entraram em operação em Minas Gerais nos municípios de Jaíba, Araxá, Janaúba e Pirapora. No que se refere à GD, entraram em operação de 267 MW. Dessa forma, no primeiro trimestre de 2023, Minas Gerais foi contemplada com o acréscimo de 1,09 GW de energia solar fotovoltaica em operação.

Governo destina R$ 388 milhões do orçamento para obras de Angra 3

O governo, por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), abriu o crédito suplementar de R$ 388 milhões no orçamento federal para investimento em Angra 3, usina nuclear em construção no município de Angra dos Reis (RJ). O projeto, assim como Angra 1 e Angra 2, é de responsabilidade da Eletronuclear, estatal que era coligada à Eletrobras antes da privatização.

Angra 3, se for concluída, terá potência de 1.405 megawatts (MW). As obras foram paralisadas em razão de suspeitas de irregularidades na contratação de bens e serviços, identificada no auge Lava Jato, da Polícia Federal. O governo Jair Bolsonaro tentou reestruturar o projeto para recuperar sua viabilidade econômica financeira. O projeto já havia consumido bilhões de reais dos cofres públicos e demandava quase o mesmo valor para bancar a eventual decisão de desistência, por meio de complexo processo de descomissionamento da usina inacabada. (Valor Econômico)

Leilão de sobra vende 24.072 ações da Eletrobras

A Eletrobras informou, em comunicado ao mercado, que no última dia 18 de abril realizou leilão de sobras de ações, com a venda de 24.072 ações ordinárias inteiras de emissão da companhia, arrecadando o valor médio de R$ 34,4399 por ação leiloada, somando R$ 828.076,8. O valor líquido das taxas aplicáveis será creditado na conta corrente dos acionistas das Subsidiárias titulares das frações de ação em questão, proporcionalmente à sua participação em referidas frações.

O leilão veio no contexto da incorporação da totalidade das ações de emissão das subsidiárias Chesf, CGT Eletrosul, Furnas e Eletronorte. Ainda de acordo com o comunicado, para os acionistas que os dados bancários não estejam atualizados com a Eletrobras, os valores permanecerão à disposição do acionista até 3 de maio de 2024. Após essa data, os valores serão permanentemente revertidos em benefício da companhia elétrica. Já para os acionistas com ações depositadas em instituições prestadoras de serviços de custódia, os valores serão creditados diretamente à central depositária da B3. (Canal Energia)

Mercado livre de energia é tema de e-book

Reportagem da Agência Estado indica que, apesar do interesse em migrar para o mercado livre de energia elétrica, consumidores ainda têm dúvidas a respeito do funcionamento do segmento e das oportunidades que ele pode oferecer. Nesse contexto, a empresa Nova Energia lançou o e-book 'Entenda o Mercado Libre de Energia’, com o objetivo de auxiliar consumidores e empresas a compreender os conceitos básicos do segmento e como migrar para esse ambiente de contratação de energia.

O e-book está disponível gratuitamente para download no site da Nova Energia, que também oferece serviços de consultoria e gerenciamento de energia para quem deseja ter um suporte personalizado em suas operações no mercado livre.

EUA devem instalar 43 Itaipus de energia renovável até 2030

Os Estados Unidos instalarão energia solar e eólica nova suficiente para abastecer mais de 100 milhões de residências nos próximos sete anos, se os desafios de conexão à rede elétrica não atrapalharem, segundo a BloombergNEF (em reportagem publicada pelo Valor Econômico). Com o impulso de uma nova lei e demanda forte de estados, empresas, investidores e consumidores, a nova capacidade instalada pode chegar a 606 gigawatts até 2030. Isso equivaleria a cerca de 43 vezes os 14 gigawatts de capacidade de Itaipu. 

As ameaças ao boom incluem inflação, no curto prazo, e problemas de interconexão que precisam melhorar até 2025. “O maior empecilho serão os gargalos da rede”, disse Pol Lezcano, analista de energia solar da BloombergNEF. Os projetos incluirão 358 gigawatts de painéis solares, 137 gigawatts de turbinas eólicas e mais 111 gigawatts de armazenagem, a serem construídos entre 2023 e 2030. Essa capacidade de geração seria suficiente para suprir o consumo atual de mais de 100 milhões de residências nos EUA, segundo cálculos da BNEF. O presidente Joe Biden estabeleceu uma meta de eliminar as emissões de carbono da rede elétrica americana até 2035, uma façanha que exigirá uma enorme quantidade de novas fontes de energia para substituir as usinas movidas a carvão e gás do país.

PANORAMA DA MÍDIA

Em meio a cenário adverso, startups recorrem a dívida, diz a manchete da edição de hoje (25/4) do Valor Econômico. De acordo com a reportagem, startups com projetos mais maduros passaram a se financiar por meio de dívida no mercado financeiro para evitar rodadas de captação via ações que têm jogado para baixo o valor das companhias, os chamados “down rounds”. No contexto de crise no setor de tecnologia e ceticismo dos investidores, tem crescido no país o mercado de dívida voltado ao segmento, conhecido como “venture debt”.

**

Crise dos planos de saúde se agrava e pressiona preços, informa o jornal O Globo. A reportagem destaca que o ano de 2022 foi o pior da história do setor de planos de saúde, desde o início da série histórica elaborada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a partir de 2001. O prejuízo operacional acumulado em 12 meses foi de R$ 11,5 bilhões, o maior em mais de duas décadas. No entanto, abaixo dos R$ 15 bilhões estimados pelo mercado. Mas, considerando o resultado financeiro, as contas fecharam no que a ANS chamou de zero a zero, já que o lucro líquido foi de R$ 2,5 milhões, que representa 0,001% das receitas de operações de saúde do setor no ano passado, de R$ 237,6 bilhões.

**

A Câmara dos Deputados acelerou a tramitação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para anistiar infrações cometidas por partidos políticos nas últimas eleições, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O texto prevê que punições em decorrência de propaganda irregular ou abusiva em campanhas, conduta passível de multa, sejam anuladas. O perdão vale também para legendas que descumpriram cota de gênero e raça nos pleitos. A PEC está prevista para ser votada nesta terça-feira (25/4), na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

**

A Folha de S. Paulo traz, como principal destaque da edição de hoje (25/4), a relação do governo com o Legislativo. De acordo com a reportagem, cobrado por parlamentares e pressionado pela falta de uma base sólida, o governo federal busca acelerar o repasse de verbas adicionais a cada deputado como uma forma de melhorar o clima no Congresso e aprovar medidas de interesse do Palácio do Planalto. A negociação em torno da liberação desse tipo de verba ocorre, sobretudo, na Câmara.