Desde ontem (1/1), mais de 165 mil empresas conectadas à alta e média tensão (grupo A) poderão escolher o seu próprio fornecedor de energia por meio do mercado livre de energia. Quase 13 mil consumidores já solicitaram a migração, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) junto às distribuidoras. Entre eles estão pequenas indústrias, padarias, hospitais, shoppings, redes de farmácias e supermercados, por exemplo.
O mercado livre em janeiro de 2023 contava com cerca de 11 mil empresas e tem, atualmente, quase 38 mil consumidores. A nova regra é fruto da abertura do mercado de energia elétrica, a maior do setor, após a Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia, divulgada no fim de 2022.
Embora esse segmento exista no Brasil desde 1996, a regra que vinha vigorando até agora permitia acesso ao mercado livre apenas a grandes consumidores com demanda acima de 500 quilowatts (kW), geralmente contas de energia que ultrapassam R$ 150 mil por mês, limitando o acesso a menos de 38 mil empresas.
Com as novas regras, em vigor a partir de 1º de janeiro, clientes que pagam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês de energia elétrica têm a opção de ingressar no novo ambiente de contratação por meio dos comercializadores varejistas. Na prática, isso significa tirar as distribuidoras de energias do caminho.
Em entrevista ao Valor Econômico, Rodrigo Ferreira, presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), afirma que o setor testemunhará um movimento significativo de consumidores de energia migrando para o mercado livre, especialmente empresas de porte menor. Segundo Ferreira, essa transição provocará um impacto de eficiência nessas empresas, permitindo-lhes adquirir energia com descontos significativos em comparação aos custos atuais no mercado regulado, atendido pelas distribuidoras.
ONS: projeções para a afluência em janeiro estão abaixo da média história
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 30 de dezembro e 5 de janeiro, aponta que as perspectivas para a Energia Natural Afluente (ENA) ainda são inferiores à média do período tipicamente úmido.
O subsistema Sul deve registrar o percentual mais elevado, com 81% da Média de Longo Termo (MLT). Para os demais subsistemas, a ENA ao final de janeiro deve chegar aos seguintes patamares: Norte, com 70% da MLT, Sudeste/Centro-Oeste, com 68% da MLT, e Nordeste, com 51% da MLT.
Os níveis de Energia Armazenada (EAR) em todos os subsistemas deverão encerrar janeiro de 2024 em patamares superiores a 50%. A maior EAR é projetada para o Sul (64,2%), seguido pelo Norte (64%), Sudeste/Centro-Oeste (62,7%) e Nordeste (56,5%). Em janeiro de 2023, a EAR do Sudeste/Centro-Oeste, região com 70% dos reservatórios de interesse para o Sistema Interligado Nacional (SIN), foi de 69,8%. (Fonte: ONS)
ONS prevê aumento de 11,1% na carga de energia em janeiro
Em meio a uma onda de calor esperada para o início deste ano, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projeta aumento de 11,1% na carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN), em janeiro, para 82.865 megawatts médios (MWmed).
No Sudeste/Centro-Oeste, que responde por mais da metade do consumo de energia do país, a estimativa é de que a carga seja de 47.461MWmed, crescimento de 12,9% em base anual de comparação. Já no Sul a previsão é de 14.551MWmed, alta de 4,4% em relação ao mesmo intervalo de 2022.
Para o subsistema Nordeste, a projeção é de que a carga de energia aumente 11% e fique em 13.482MWmed. Já no Norte, além das temperaturas elevadas, a carga deve crescer devido à retomada de consumo de companhias do setor de alumínio. A estimativa para o mês é de crescimento de 13,3% em comparação com igual período do ano passado, para 7.371MWmed. (Correio Braziliense)
Ano de 2024 começa com bandeira verde para consumidores
A Agência Nacional de Energia Elétrica divulgou na sexta-feira (29/12) que a bandeira tarifária será verde neste mês de janeiro, sem cobrança de custo adicional nas contas de energia elétrica. A continuidade de bandeira verde é consequência das condições favoráveis de geração de energia, situação que permanece há 21 meses, desde abril de 2022.
Diesel volta a ter PIS/Cofins integral
O governo federal retomou ontem (1/1), a cobrança integral de PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Serão cerca de R$ 0,35 por litro de óleo diesel. Mesmo com a volta da tributação, o Ministério da Fazenda acredita que não haverá aumento do preço do combustível, já que a Petrobras cortou o preço do produto nas refinarias em R$ 0,30 há poucos dias. (Valor Econômico)
Assembleia da Eletrobras está suspensa até se ter mais detalhes sobre liminares
O Valor Econômico informa que a assembleia geral extraordinária (AGE) da Eletrobras teve os trabalhos suspensos na última sexta-feira (29/12) para que a mesa tenha detalhes sobre as liminares que determinaram a suspensão do encontro de acionistas.
Os acionistas da Eletrobras iriam votar sobre a incorporação da subsidiária Furnas, que pode ser extinta como empresa caso a AGE da ex-estatal aprove a proposta. O Valor noticiou, na sexta-feira, que a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão por 90 dias da AGE. O pedido foi feito pela Associação dos Empregados de Furnas (Asef). A companhia ainda pode recorrer.
Gigante de energia verde na Europa investe R$ 3,7 bilhões para resistir ao clima extremo
A Statkraft, maior produtora de energia renovável da Europa, está gastando 700 milhões de euros (R$ 3,76 bilhões) para atualizar suas barragens hidrelétricas, com o objetivo de ajudá-las a resistir a chuvas mais intensas, destacando os riscos que as mudanças climáticas representam para a segurança energética e as finanças das empresas.
A empresa estatal norueguesa planeja fortalecer mais de 70 barragens nos próximos cinco a dez anos, descrevendo o trabalho como “resiliência às mudanças climáticas e segurança energética na prática”. “Temos vários projetos para fortalecer nossas barragens para que possam resistir a chuvas extremas em um nível que não tivemos antes”, disse o CEO, Christian Rynning-Tonnesen, ao jornal Financial Times. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, deve desacelerar de 4,5% em 2023 para 3,9% em 2024, após registrar 5,8% em 2022, de acordo com a mediana das estimativas de 88 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor. Assim, a inflação deve voltar a ficar dentro dos limites das metas perseguidas pelo Banco Central, que são de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024, com tolerância até 4,75% e 4,5%, respectivamente.
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Folha de S. Paulo: Dívida global bate recorde e cria trava para Brasil baixar juros e crescer mais. Com níveis alarmantes no endividamento público nas principais economias do mundo, a dívida global fechou 2023 no maior patamar da história, em quase US$ 310 trilhões. O recorde foi puxado por governos que gastam mais do que arrecadam em impostos, como Estados Unidos, China, Japão, França e Brasil. Juntos, os governos em todo o mundo devem atualmente US$ 88,1 trilhões.
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O Estado de S. Paulo: Brasil deve atrair capital com corte de juro nos EUA, mas gestão fiscal pode atrapalhar. Preocupação com as contas públicas tende a ser uma barreira para investidores estrangeiros.
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O Globo: PT não pode celebrar resultado e achar tudo errado, diz Haddad. Aprovação de reformas, boa relação com lideranças do Congresso e números da economia acima do esperado. O desempenho de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda o coloca como possível sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visão de economistas, parlamentares e cientistas políticos. Indagado sobre o tema em entrevista exclusiva ao Globo, Haddad diz que o nome de Lula é consenso no PT para 2026, mas alerta que o partido precisa começar a se preparar para essa transição, porque o problema “vai se colocar” na eleição seguinte.