Mercado Livre

Mercado vê tendência de alta nos preços de energia a partir de 2026

A era dos preços baixos de energia no mercado livre está chegando ao fim, e o motivo não é uma crise hídrica ou crescimento acentuado da demanda. Segundo Daniel Slaviero, presidente da Copel, a razão é a mudança do perfil do sistema, dado o aumento dos projetos de geração renovável não despachável, incluindo a geração descentralizada.

Light bulb with business graph
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A era dos preços baixos de energia no mercado livre está chegando ao fim, e o motivo não é uma crise hídrica ou crescimento acentuado da demanda. Segundo Daniel Slaviero, presidente da Copel, a razão é a mudança do perfil do sistema, dado o aumento dos projetos de geração renovável não despachável, incluindo a geração descentralizada.

Em participação no Latim America Investment Conference (Laic), evento realizado pelo UBS em São Paulo, Slaviero disse que os preços no médio a longo prazo já estão subindo, refletindo as altas registradas nos horários de pico, por conta dessa mudança do perfil do sistema.

“A perspectiva de preço para 2026 já melhorou, e para 2027 e 2028 já mudou um pouco, ainda não se consolidou”, disse Slaviero.

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Segundo Eduardo Haiama, vice-presidente financeiro da Eletrobras, existe uma sofreoferta de capacidade, mas essa geração é intermitente. “Se não ventar ou tiver sol no momento em que eu estou consumindo, o sistema vai ter que ligar térmicas, fontes mais caras, e nessa hora quem não está produzindo paga por isso”, disse Haiama, que também estava no evento.

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Esse cenário está puxando os preços de venda de energia no mercado livre para cima, até para embutir o risco de “vertimento” de sol e vento desses projetos renováveis, e também na percepção de risco no trading.

“As pessoas estão de fato precificando a volatilidade agora, e ninguem estava olhando isso. É normal e está acontecendo no mundo inteiro”, afirmou Haiama.

Para Slaviero, da Copel, o fim da “corrida do ouro” das renováveis reforça essa perspectiva de alta de preços, já que os últimos projetos de geração com desconto pelo uso da rede estão sendo viabilizados. “Notamos que a taxa de mortalidade desses projetos de última hora é de mais de 50%”, afirmou.