Consumo

Venda de veículos elétricos aumentou 91% em 2023, mas impostos e falta de estrutura preocupam

Em 2023, foram registrados 93.927 emplacamentos de veículos eletrificados no Brasil – crescimento de 91% sobre os números de 2022, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). As vendas de 2023 também representam 42,6% de toda a série histórica da associação, que acompanha o mercado desde 2012. Apesar do crescimento, a falta de infraestrutura adequada para carregamento desses veículos ainda é um obstáculo para os compradores, segundo pesquisa da consultoria EY.

Venda de veículos elétricos aumentou 91% em 2023, mas impostos e falta de estrutura preocupam

Em 2023, foram registrados 93.927 emplacamentos de veículos eletrificados no Brasil – crescimento de 91% sobre os números de 2022, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). As vendas de 2023 também representam 42,6% de toda a série histórica da associação, que acompanha o mercado desde 2012. Apesar do crescimento, a falta de infraestrutura adequada para carregamento desses veículos ainda é um obstáculo para os compradores, segundo pesquisa da consultoria EY.

Vendas em alta

Para a ABVE, os números de 2023 consolidam uma virada do mercado em direção aos veículos elétricos plug-in (PHEV e BEV), que têm recarga externa das baterias. Este tipo de automóvel representou 56% das vendas de eletrificados leves no ano, com 52.359 unidades. Já os híbridos convencionais HEV a gasolina e HEV flex, que até 2022 dominavam o segmento, somaram 41.568 vendas em 2023.

Somente em dezembro, foram vendidos 16.279 veículos elétricos, um aumento de 191% em relação a dezembro de 2022. Para o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, o fenômeno se explica pelo aumento do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos a partir de janeiro, que teria provocado uma antecipação das vendas no último bimestre.

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Mesmo com o retorno da taxação, Bastos acredita que o mercado brasileiro de veículos elétricos deve continuar crescendo e menciona o programa Mover, lançado em dezembro pelo Governo Federal, como um dos pilares para esta consolidação: “Vai permitir que as empresas preparem com mais clareza seus planos de investimento, tanto para veículos leves, quanto para veículos pesados, como ônibus e caminhões, e também para infraestrutura de recarga elétrica”, disse em nota o presidente da ABVE.

Falta de infraestrutura para recarga preocupa compradores

Além do retorno da taxação, outros fatores desanimam o brasileiro interessado em comprar um veículo elétrico. Pesquisa da consultoria EY mostra que a falta de estações de recarga foi apontada como uma preocupação para 36% dos potenciais compradores de veículos no Brasil, enquanto a infraestrutura inadequada de carregamento foi mencionada por 30% dos brasileiros. O custo de compra inicial foi a principal preocupação, mencionada por 38% dos potenciais compradores no país.

Apesar disso, a pesquisa mostrou inclinação do consumidor brasileiro para veículos elétricos em 57%, ligeiramente acima da média global de 55%. Os principais motivos para a compra de automóveis desse tipo são os altos preços dos combustíveis e as preocupações ambientais, ambos com 46%.

A pesquisa também concluiu que os consumidores brasileiros têm um nível significativamente mais alto de intenção de compra de carros em comparação com a média global, 70% contra 44%, respectivamente. O Índice de Mobilidade do Consumidor, realizado pela EY, ouviu 15 mil participantes de 20 países, entre eles, o Brasil.