PPAs de renováveis responderam por 36 GW do fornecimento das empresas em 2022, aponta BNEF

Poliana Souto

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Poliana Souto

Publicado

10/Fev/2023 17:19 BRT

Categoria

Negócios

Ao longo de 2022, cerca de 167 corporações globais assinaram contratos de longo prazo (PPAs) para garantir 36,7 GW de energia renovável para suas operações, aumento de 18% em relação ao ano anterior. O dado consta no relatório de Perspectivas do Mercado Corporativo de Energia, da BloombergNEF (BNEF), divulgado nesta sexta-feira, 9 de fevereiro.  

Entre os fornecedores de energia destaque para: AES Corporation, com 2,8 GW; Engie, com 1,6 GW e Acciona, com 1,1 GW.

“A compra corporativa de energia limpa tem sido uma constante inabalável, mesmo quando outros aspectos do investimento ESG estão sob discussão. As empresas podem acessar energia renovável em escala na maioria dos países e com uma economia que faz sentido. Em meio à turbulência dos mercados de energia, os PPAs se tornaram ferramentas úteis de mitigação de risco para os CFOs.”, afirma Kyle Harrison, chefe de Pesquisa de Sustentabilidade da BNEF. 

Em relação ao número de contratos assinados, as Américas registraram um aumento de 18% no período, alcançando 24,1 GW. Na América latina, empresas de mineração, que buscam usar renováveis em suas operações, impulsionaram os PPAs do Brasil e do Chile, conforme aponta o documento. Lideraram a lista na região as empresas Codelco (978 MW), Teck Resources (580 MW) e Usiminas (381 MW). 

Nos Estados Unidos, as empresas adotaram o modelo de PPA virtual, no qual um projeto de energia renovável é vendido diretamente no mercado atacadista para capturar o preço à vista.  A região da Ásia-Pacífico dobrou o número de contratos de longo prazo no período, chegando aos 4,6 GW, com destaque para a Índia e Austrália.  

 Já no Oriente Médio, África e Europa, região mais afetada pela crise energética e guerra entre Rússia e Ucrânia, o documento aponta para uma queda de 7% nos contratos assinados, chegando aos 8,1 GW em 2022.  

Para a BNEF, apesar da queda, o volume de contratos deve se recuperar neste ano, dado os preços mais baixos do gás natural e as reformas do previstas pela Comissão Europeia para o mercado de energia.

“Estamos vendo uma evolução no comprador corporativo de energia, com empresas adotando metas de descarbonização e outras assinando contratos de energia renovável para fins de confiabilidade.”, disse Harrison.