A Raízen e a Vibra aguardam a divulgação da nova política de preços da Petrobras, anunciada pelo presidente Jean Paul Prates para esta semana, para decidirem sobre a importação de diesel russo. Segundo Prates, o critério que vai nortear os preços será a questão da estabilidade versus o repasse da volatilidade nos preços internacionais.
“Vamos aguardar o que vem da Petrobras, como vai ficar esse cenário. Está mais restrito a algumas regiões do país e a gente já analisou e tomamos a decisão de não seguir, mas por uma decisão nossa. Nesse momento, decidimos aguardar o preço da Petrobras que acreditamos que em breve pode ter alguma mudança”, disse o CEO da Vibra, Ernesto Pousada.
A importação por grandes empresas brasileiras cresceu no primeiro trimestre e, segundo a Argus Media, deve-se, principalmente, à queda do preço pelas sanções aplicadas pelos países membros do G7 e pela EU, chegando a US$ 0,3 abaixo do preço de importação da Costa do Golfo dos EUA.
“O que eu posso dizer é que nós vamos seguir todas as regras do mercado, se tivermos uma oportunidade de fazer isso, vamos fazer isso e de maneira bastante disciplinada. Mas lembrando que vamos esperar para ver o que a Petrobras fará, e eu não acho que vai levar tempo demais para eles dividirem qual será a estratégia, disse Ricardo Mussa, CEO da Raízen.
Os executivos falaram durante as teleconferências de divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2023.
Sobre os resultados da Vibra:
CFO
Sobre a saída do diretor Financeiro André Natal em 31 de março, Pousada disse que a empresa ainda está buscando um executivo no mercado para a cadeira deixada pelo executivo. O perfil buscado não restringe a passagens por empresas do setor, mas que tenha experiência em empresas de capital aberto. Além da capacidade técnica, a empresa busca alguém que se adeque à visão da empresa.
Contrato de marcas
Sobre a dissociação de marcas que possui com a Petrobras, o CEO da Vibra destacou que “não há menor possibilidade de isso ser revisto juridicamente no momento. É algo que é bastante difícil, muito difícil mesmo, de vir a acontecer quanto à revisão desses contratos (…) Esse contrato não tem saída para ambas as partes”.
1T23
No primeiro trimestre de 2023, a empresa registrou lucro líquido de R$ 81 milhões, queda de 75% na comparação com o mesmo período de 2022. Segundo a empresa, os resultados tiveram forte influência da redução de preços de derivados de petróleo ocorridas no final de 2022 e ao longo do 1T23, trazendo impacto contábil relevante nos inventários de produtos, especialmente em diesel, óleo combustível e combustível para aviação.
Por outro lado, a empresa aponta que essas mesmas reduções de preços, combinadas com as reduções de níveis de estoques efetivadas neste trimestre, possibilitaram liberação de capital de giro, de cerca de R$ 1,1 bilhão, contribuindo para a geração de caixa operacional de aproximadamente R$ 2,1 bilhões (excluído o efeito de R$ 588 milhões de operação de risco sacado realizada no período).
Sobre os resultados da Raízen:
Plantas E2G
A empresa registrou recorde na produção de suas plantas de etanol de segunda geração (E2G) com 7,6 milhões de litros produzidos, significando uma alta de 29%, e em linha com o plano de alcançar 30 milhões de litros no ano-safra.
Sobre as plantas, Mussa declarou que o etanol de segunda geração vai se financiar neste ano, com espaço para geração de caixa em 2024 e 2025. Além disso, após a finalização das 3º e 4ª plantas de E2G, adicionando 164 mil m³ de capacidade e com investimentos de aproximadamente R$ 2 bilhões, a empresa deverá pensar se novos empreendimentos serão construídos.
A Raízen reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão, alta de 120% na comparação com o mesmo período de 2022. A receita líquida também apresentou crescimento de 72%, a R$ 66,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano.