A Petrobras concluiu nesta sexta-feira, 7 de julho, o leilão para descomissionamento da plataforma P-32, que foi utilizada em atividades na Bacia de Campos. O edital foi vencido pela Gerdau em parceria com o estaleiro Ecovix. Após a quitação do lance, a Gerdau deverá apresentar o plano de reciclagem da plataforma, cuja execução será acompanhada pela Petrobras. A expectativa das empresas vencedoras é que as atividades comecem entre 90 e 120 dias.
Descomissionamento é o procedimento de desmontagem e sucateamento de plataformas que não têm mais condições de produção. Trata-se de um processo complexo que pode representar riscos ambientais e operacionais.
A P-32 será a primeira plataforma a seguir o modelo de destinação sustentável de embarcações, anunciado pela Petrobras em fevereiro. O edital impôs critérios técnicos e requisitos para garantir que o descomissionamento ocorra em alinhamento às melhores práticas ASG (Ambiental, Social e Governança) da indústria mundial.
Em comunicado, as empresas vencedoras anunciaram que a FPSO será desmantelada no estaleiro Rio Grande (RS), da Ecovix, e a sucata metálica gerada no processo será usada pela Gerdau para produção de aço em suas usinas de Charqueadas (RS) e Sapucaia do Sul (RS). O que não puder ser reciclado será enviado para “descarte seguro”. As atividades devem levar 12 meses e gerar cerca de 250 vagas de emprego
Oportunidades para o mercado nacional
O planejamento estratégico da Petrobras prevê o aporte de US$ 9,8 bilhões em atividades de descomissionamento no período de 2023 a 2027. O descomissionamento da P-32 foi direcionado exclusivamente ao mercado nacional.
“Queremos que tudo seja feito dentro de critérios rigorosos e sabemos que não são todos os países que têm condições técnicas de atendê-los, mas os estaleiros brasileiros podem se adaptar muito facilmente a esses requisitos. Isso significa uma oportunidade para a indústria nacional”, disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos.
As embarcações da Petrobras estão no radar da Ecovix, que pretende reforçar sua atividade em descomissionamento de embarcações. “Existem 26 outras unidades a serem desmobilizadas pela Petrobras”, acompanha o diretor-presidente do Grupo Ecovix, Robson Passos.
Para o diretor de matéria-prima e florestas da Gerdau, Carlos Vieira, o desmantelamento da P-32 “contribuirá para que a empresa siga sendo uma referência na produção de aço com baixa pegada de carbono”. Atualmente, a Gerdau registra cerca de metade das emissões médias da indústria do aço, e usa matéria-prima reciclada em cerca de 71% da sua produção de aço.