A Petrobras assinou os contratos para a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Uruguá e Tambaú, localizados no pós-sal da Bacia de Santos, a cerca de 140 e 160 km da costa do estado do Rio de Janeiro. A transação inclui a infraestrutura de transporte de gás que os conectam até o campo de Mexilhão.
Em comunicado, divulgado nesta quinta-feira, 21 de dezembro, a estatal informa que o valor a ser recebido com a operação é de US$ 35 milhões, sendo US$ 3 milhões pagos na data de assinatura do contrato, US$ 7 milhões a serem pagos no fechamento da transação e até US$ 25 milhões em pagamentos contingentes, a depender das cotações futuras do Brent e eventos relacionados ao desenvolvimento dos ativos.
A cessão dos campos resulta de um processo de gestão ativa do portfólio da Petrobras, por meio do qual os diversos ativos são constantemente avaliados com base em sua estratégia atual.
Segundo a petroleira, as áreas respondem por menos de 1% da produção operada por ela na Bacia de Santos, apresentando “baixa aderência estratégica” ao seu portfólio e com previsão de encerramento do contrato de afretamento em janeiro de 2024 e, consequentemente, descomissionamento da unidade.
“Diante do andamento da transação, este contrato será prorrogado e o novo operador avaliará as alternativas cabíveis. A transferência dos ativos para um novo operador representa uma alternativa ao seu descomissionamento, com perspectiva de extensão de sua vida produtiva, ao mesmo tempo em que possibilita à Petrobras direcionar seus investimentos no segmento de E&P [Exploração e Produção] em ativos mais aderentes”, destaca a estatal.
Em novembro, a petroleira informou que espera atingir a marca de 3,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2028, com emissões limitadas a 15 kg de CO₂ por barril de óleo equivalente até 2030. Para isso, a área de exploração e produção de petróleo receberá 72% do investimento total, o que equivale a US$ 73 bilhões, com 67% destinados para o pré-sal.
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Enauta
Para a Enauta, a aquisição abre uma nova frente de negócios: o desenvolvimento de campos maduros, com a possibilidade de revitalização da produção, que ganhará com a operação focada de uma das principais companhias brasileiras independentes e que possui sinergias operacionais na região.
“A Enauta fez a aquisição de um conjunto de ativos aos quais pode agregar valor, ampliando seu portfólio. A sua localização na Bacia de Santos, perto de Atlanta e Oliva, permite a criação de um cluster operacional e a captura de sinergias”, afirma o CEO, Décio Oddone.
Sobre os campos de Uruguá e Tambaú
A Petrobras detém 100% de participação em ambos os campos, que produzem através do FPSO Cidade de Santos, unidade afretada da Modec. Os campos de Uruguá e Tambaú pertencem à concessão BS-500, que foi adquirida por meio da Rodada Zero da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A unidade possui capacidade de produção de 25 mil barris de óleo e 10 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, além de poder estocar 700 mil barris.