A estatal uruguaia de energia Ancap avalia que pode haver 30 bilhões de barris de petróleo em sua porção da Bacia de Pelotas. Segundo o chefe de exploração e produção da Ancap, Pablo Gristo, o potencial do Atlântico Sul é comparável ao que já ocorre na Guiana, cujas campanhas petrolíferas bem-sucedidas são um dos principais fatores que levam especialistas a acreditar que a Foz do Amazonas, no Brasil, pode ter boas reservas.
“A primeira descoberta da Guiana foi em 2015, e agora eles produzem 600 mil barris por dia. Essa trajetória pode ser seguida pela Namíbia e, em cinco, dez anos, poderemos ver algum desenvolvimento assim na Argentina, sul do Brasil e no Uruguai”, disse o especialista durante a conferência Argus Rio Crude, realizada nesta terça-feira, 21 de maio, no Rio de Janeiro. Segundo Gristo, a região da Guiana, o Atlântico Sul e a costa da Namíbia foram formados numa mesma era e por isso compartilham formações geológicas parecidas. As autoridades guianesas informam que a reserva recuperável do país é de pelo menos 11 bilhões de barris de óleo equivalente.
O Uruguai já tem sete blocos exploratórios offshore licitados, com previsão de US$ 129 bilhões em investimentos. A porção brasileira da Bacia de Pelotas foi a aposta das grandes petroleiras no 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP), realizado em dezembro de 2023 e que licitou 44 blocos.
Para Gristo, a tecnologia e a intensidade de investimentos na região da Bacia de Pelotas devem ser semelhantes ao que foi executado no pré-sal brasileiro, e a área deve presenciar um “boom” de atividades exploratórias nos próximos anos, considerando os blocos licitados no Brasil e no Uruguai, além de outros sete blocos licitados pela Argentina em 2019. “Acredito que Brasil e Argentina terão prosperidade em estágio semelhante à uruguaia”, disse, em referência ao potencial de 30 bilhões de barris sob o mar do Uruguai.