O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reuniu-se nesta quarta-feira, 10 de janeiro, e avaliou ações para atendimento à ponta do Sistema Interligado Nacional (SIN) na região Norte, que vem enfrentado uma crise hídrica desde o final do ano passado, em decorrência do fenômeno El Niño. Entre as possibilidades, o acionamento de térmicas é apontado pelo Comitê como uma solução para garantir a confiabilidade no atendimento, no período de carga líquida mais elevada.
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Conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS, a falta de chuvas na região está comprometendo o nível dos reservatórios das hidrelétricas localizadas nos rios Xingu, Madeira, Tocantins e Teles Pires. As usinas atuam no atendimento da carga, principalmente em cenários que a demanda está elevada e geração de fontes renováveis intermitentes (eólica e solar) está baixa.
Na revisão semanal do boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), com as projeções do Operador Nacional para a semana de 6 a 12 de janeiro, foi indicada a possibilidade de exploração de recursos em usinas dimensionadas no Norte para atendimento da ponta. Em outubro de 2023, hidrelétricas localizadas no rio Madeira (RO) tiveram a operação suspensa devido à crise hídrica enfrentada na região Norte.
Segundo o CMSE, os estudos demonstram uma carga elevada e uma baixa geração nas usinas eólicas, o que pode levar a mobilização de recursos termelétricos para manutenção dos critérios de confiabilidade no atendimento, no período de carga líquida mais elevada (final da tarde e início da noite).
Resposta da Demanda
Nos últimos meses, o Operador Nacional, além da geração termelétrica, informou que utilizou recursos de resposta da demanda e importação de energia elétrica da Argentina, para fins de atendimento da ponta do sistema. Na avaliação do CMSE, a utilização desses recursos “se mantém importante para a garantia do suprimento eletroenergético”.
“Apesar do cenário desfavorável na região Norte, a condição segue favorável para o atendimento energético nas demais regiões e deve permanecer ao longo de 2024”, afirma o CMSE.