Planejamento

MMGD e conjuntura econômica levam a revisão para baixo da carga do SIN

As projeções dos órgãos planejadores do setor elétrico para o crescimento do PIB em 2023 foram revistas para cima, mas a previsão de crescimento da carga neste ano foi revista ligeiramente para baixo, de uma expansão de 2,7%, para 71,7 GW médios, para um aumento de 2,6%, a 71,5 GW médios.

MMGD e conjuntura econômica levam a revisão para baixo da carga do SIN

As projeções dos órgãos planejadores do setor elétrico para o crescimento do PIB em 2023 foram revistas para cima, mas a previsão de crescimento da carga neste ano foi revista ligeiramente para baixo, de uma expansão de 2,7%, para 71,7 GW médios, para um aumento de 2,6%, a 71,5 GW médios.

Os números refletem, além dos efeitos do cenário macroeconômico, o desconto da base de consumidores com micro e minigeração distribuída (MMGD). Sem isso, a carga subiria a 74,7 GW médios neste ano.

Os números estão na 1ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética para o período de 2023 a 2027, elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Essa foi a primeira vez que o PLAN considerou o desconto da MMGD em relação à carga projetada. O bloco apurado, de 3.155 MW médios, e está sendo mantido descontando a carga projetada no horizonte de 2023 a 2027.

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A projeção de crescimento do PIB, por sua vez, foi elevada de 0,7% para 1%, por um efeito de carregamento estatístico do desempenho da economia em 2022. A última projeção tinha sido divulgada no início de dezembro.

No curto prazo, o documento ainda considera que o elevado endividamento das famílias pode dificultar o crescimento expressivo do consumo, mas aponta que a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 mensais, o aumento do salário mínimo e programas de incentivo ao trabalho pelo novo governo podem contribuir positivamente.

A proposta de uma âncora fiscal e de uma reforma tributária também deve ajudar a confiança dos agentes, mas a desaceleração da economia mundial, diante da maior pressão inflacionária e a alta dos juros, pode gerar efeitos negativos sobre a economia doméstica.

No médio prazo, porém, os efeitos da desacelação econômica de hoje devem pressionar o crescimento da carga, que deve ser menor que o projetado anteriormente.

As premissas qualitativas do PLAN divulgado em 30  de novembro de 2022 foram mantidas, mas houve revisões nas taxas de crescimento do PIB, com a postergação do ciclo de redução de juros, pressionando mais a atividade pelos seus efeitos defasados. O crescimento médio do PIB entre 2022 e 2027, antes projetado em 2,2% ao ano, passou a 1,9%.

A previsão para o crescimento do PIB de 2024 foi revista de 2,3% para 1,7%. Em 2025, o percentual foi revisto de 2,5% para 2%. Em 2026, passou de 2,5% a 2,3%. Em 2027, a previsão foi mantida em 2,5%.

Assim, a projeção de crescimento médio da carga nesse horizonte saiu de 3,4% para 3,2%. Antes, a carga chegaria a 2027 em 82.584 MW médios, e agora os números indicam uma carga de 81.540 MW médios.

Sem a base de MMGD, contudo, a carga cresceria gradualmente, atingindo 84.694 GW médios em 2027.