Em discurso de 100 dias do seu governo, nesta segunda-feira, 10 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um programa de investimento estratégico e de infraestrutura que terá a transição energética como um dos seis eixos de atuação.
“A transição energética será acelerada. Vamos lançar editais para contratação de energia solar e eólica que, somadas, representarão uma capacidade de geração equivalente às das maiores hidrelétricas. Os leilões para novas linhas de transmissão irão tornar ainda mais rápida e atrativa a implantação desses parques de energia limpa, e não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio verde”, disse Lula.
Os demais eixos do plano tratam de transporte, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, infraestrutura urbana e água para todos.
O setor de energia também apareceu quando o presidente falou sobre “olhar para o futuro” na capacidade de investimento e planejamento de longo prazo, citando geração e transmissão de energia, a expansão do pré-sal, energia eólica e solar.
No planejamento, Lula citou a volta do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura.
“Com muito diálogo federativo vamos retomar as obras paradas e acelerar as que estão em ritmo lento, além de selecionar novos investimentos estratégicos em todo o país. Já recebemos dos governos de cada estado uma lista de obras prioritárias e os ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes”, destacou o presidente.
O presidente prometeu para o início do mês de maio a divulgação de uma lista definitiva de empreendimentos e mecanismos para que os projetos “saiam imediatamente do papel e gerem milhões de empregos”,
“Vamos aproveitar a experiência que tivemos no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e dos programas de concessão para aprimorar esses mecanismos, tornando-os ainda mais eficientes. Articularemos com mais eficiência os investimentos públicos e privados e o financiamento dos bancos oficiais numa mesma direção: a do desenvolvimento com inclusão social e sensibilidade ambiental.
Petrobras
Entre pedidos de suspensão de ativos listados em seus desinvestimentos e a nova política de preços, Lula ressaltou que a Petrobras terá papel no financiamento da pesquisa de novos combustíveis renováveis, ao mesmo tempo que vai retomar o papel de investir na ampliação da frota de navios da Transpetro.
“É importante vocês saberem o que penso. Nunca achei a Petrobras uma empresa de petróleo. Ela sempre foi muito mais que isso. É uma empresa de energia. É a empresa que historicamente mais investiu em pesquisa nesse país, que investiu em inovação”, disse o presidente.
Segundo ele, a própria descoberta do pré-sal foi resultado desses investimentos de “bilhões e bilhões de reais, que se não fosse assim, não teria virado essa potência que estão tentando destruir”.
Meio ambiente
Lula ainda destacou que seu governo vai aumentar a produtividade no campo e criar um mecanismo de desenvolvimento socioambiental, que garanta a economia de baixo carbono como estratégia de desenvolvimento e com a transformação da estrutura produtiva nacional, passando por uma reindustrialização verde e digital.
“O Brasil voltará a ser referência mundial de sustentabilidade e enfrentamento de mudança climática e cumprirá as metas de redução de carbono e desmatamento zero. Temos o compromisso de chegar até 2030 no desmatamento zero na Amazônia”, garantiu o presidente.