Ressaltando números de 2023, Silveira fala sobre interligação da América Latina em Davos

Maria Clara Machado

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Maria Clara Machado

Publicado

16/Jan/2024 15:18 BRT

Em participação no Fórum Econômico Mundial, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, valorizou a matriz elétrica predominantemente renovável brasileira e comentou o crescimento de 8,4 GW em energia renovável em 2023. Para ele, o país já realizou sua transição energética.

“O Brasil já fez sua transição energética. Durante muitas décadas, o Brasil construiu uma estabilidade regulatória reconhecida no mundo, respeita contratos, tem estabilidade política e social”, disse Silveira no painel Transformação sustentável do Brasil, na manhã desta terça-feira, 16 de janeiro. O painel também contou com a participação da ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da ministra da Saúde, Nisia Trindade.

Alexandre Silveira comentou a robustez do Sistema Interligado Nacional (SIN): “Temos um dos melhores sistemas de transmissão do mundo, com 186 mil quilômetros de transmissão. Tive a alegria de contratar R$ 36 bilhões em transmissão e vamos fazer mais um leilão em março de mais R$ 20 bilhões, a fim de que a gente possa duplicar nosso parque eólico e solar no Nordeste brasileiro trazendo para o centro de carga, que é o Sudeste”.

Segundo o ministro, outro objetivo do governo seria a interligação energética na América do Sul. “Nós já somos interligados à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai, temos ali um modelo de cooperação e gestão compartilhada com o Paraguai na Itaipu Binacional. E queremos agora interligarmos também com a Venezuela, para trazermos energia hidrelétrica”, disse.

Em sua fala, o ministro comentou ainda programas sociais, como o Luz para Todos, e a política de biocombustíveis RenovaBio. Além disso, Silveira disse que a reindustrialização do Brasil será importante para que a manufatura de riquezas como minério seja feita no país.

Liderança do G20

O painel também abordou a liderança do G20, grupo das maiores economias do mundo, que está sendo exercida pelo Brasil em 2024. Para Alexandre Silveira, esta é a “oportunidade para que a transição energética seja vista pelo mundo como uma transição que leva em consideração a economia global, a questão econômica e de combate à desigualdade”.

Marina Silva avalia a liderança do país como simbólica, já que os líderes anteriores foram Indonésia e Índia e a próxima liderança estará com a África do Sul. “Vamos ter quatro países em desenvolvimento liderando as 20 economias mais importantes do mundo, que têm 80% dos recursos e emissões de CO2 e que caso se determinem a reduzir a emissão de CO2, farão a diferença”, disse. Ela também mencionou que pode ser significativo o impacto das decisões do G20 sobre combate à desigualdade e compartilhamento de tecnologia para acelerar os processos de transição energética e justiça social.

Segundo Marina, a liderança brasileira do grupo terá forças-tarefas sobre clima e combate à desigualdade, além de discussões sobre bioeconomia e valorização e preservação dos serviços ecossistêmicos.


*Matéria editada às 15h45 para correção do crescimento de energia renovável no país em 2023.