O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, alertou que a companhia precisa se preparar para a “inevitável” transição energética. Segundo ele, a empresa vai manter o seu protagonismo na exploração e produção de petróleo e gás natural, enquanto se prepara para o futuro.
“Precisamos nos preparar para a inevitável transição energética”, disse Prates, em sua fala inicial em teleconferência com analistas e investidores, nesta quinta-feira, 2 de março.
Prates acrescentou que a companhia vai dedicar mais atenção a fontes renováveis, no âmbito do novo plano de negócios da empresa. Com relação ao hidrogênio, porém, o executivo disse que a tecnologia não faz parte do “carro-chefe” da Petrobras, em relação a novos investimentos.
“Hidrogênio não é carro-chefe. E, certamente, a Petrobras não vai se engajar em projetos de hidrogênio sozinha”, completou ele.
A petroleira registrou lucro líquido de R$ 188,3 bilhões no ano passado. O valor recorde foi superior em 76,6% em relação ao apurado em 2021.
Na mesma comparação, a receita de vendas da companhia cresceu 41,7%, para R$ 641,2 bilhões, e o Ebitda (lucro em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 45,1%, R$ 340,5 bilhões.
A dívida bruta da Petrobras em 2022 apresentou recuo ante o ano anterior, fechando o ano passado em US$53,8 bilhões. E a relação dívida líquida/Ebitda ajustado passou de 1,09, em 2021, para 0,63, em 2022.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo, destacou, na mensagem da administração, que a companhia recolheu valor recorde de R$ 279 bilhões em tributos e participações governamentais no ano passado.
Dividendos
O conselho de administração da Petrobras também propôs o pagamento de dividendos de R$ 2,75 por ação da empresa, com base no resultado do ano passado. Desse total, porém, o colegiado sugeriu a criação de uma reserva estatutária para reter até R$ 0,5 por ação do dividendo.
Na prática, o valor total dos dividendos a serem pagos, caso aprovado pela assembleia de acionistas, em 27 de abril, será de R$ 35,8 bilhões. Desse total, no entanto, até R$ 6,5 bilhões poderão ficar retidos, resultando em uma distribuição líquida de R$ 29,3 bilhões.
Em relatório sobre o desempenho da Petrobras, o Credit Suisse ressaltou a expectativa em torno da taxação de 9,2% sobre as exportações de petróleo, que vai durar, pelo menos, quatro meses. Segundo o banco, o efeito da tributação no Ebitda da petroleira será da ordem de US$ 650 milhões. Mas o banco destacou ainda que o efeito para a Petrobras pode ser relativamente menor que o esperado, devido a sua participação no mercado de refino. Isso porque, da produção total da estatal, apenas um terço é vendido como petróleo cru.
Texto atualizado às 11h37 para inclusão de informações.