A Petrobras reportou lucro líquido de R$ 26,76 milhões no terceiro trimestre de 2023, queda de 42,1% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, influenciado pela desvalorização do Real frente ao dólar, e maiores despesas operacionais, com destaque para maiores custos exploratórios e menor ganho com venda de ativos.
O Ebitda recorrente alcançou US$ 13,7 bilhões, enquanto a dívida bruta se manteve em US$ 61 bilhões, mesmo após o aumento dos arrendamentos com a entrada em operação do FPSO afretado Anita Garibaldi.
A empresa apresentou recordes de produção e vendas de diesel S10, com 464 Mbpd e 62% nas vendas totais de diesel (496 Mbpd)
No 3T23, o volume de disponibilidade térmica em leilão se manteve estável em relação ao trimestre anterior. A venda de energia elétrica reduziu 18,2% no 3T23, permanecendo associada principalmente à demanda por vapor.
As vendas de gás natural apresentaram redução de 4% em relação ao 2T23 e refletem o impacto da menor demanda nos segmentos termelétrico e não termelétrico, devido a menor demanda por vapor e a maior participação de terceiros no mercado, respectivamente.
Já a entrega de gás nacional apresentou aumento de cerca de 1 milhão de m³/dia, devido ao maior volume produzido e processado de gás natural do pré-sal no 3T23. Com relação ao volume de gás natural importado (GNL e boliviano), houve redução de 18 para 14 milhões de m³/dia (-22%) no 3T23, justificado pelo efeito combinado do menor volume de venda e da maior oferta de gás no período.
Exploração e produção
A produção de óleo no pré-sal foi de 1.872 Mbpd, 9,6% superior ao 2T23, devido, principalmente, ao ramp-up de produção do FPSO P-71, no campo de Itapu e do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios. Também contribuiu para o resultado o menor volume de perdas por paradas e manutenções.
Já a produção do pós-sal foi de 412 Mbpd, 19,1% superior ao 2T23, principalmente em função do ramp up do FPSO Anna Nery, da entrada de 1 novo poço de projeto complementar na Bacia de Campos (em Marlim Leste) e do menor volume de perdas por paradas e manutenções.
Investimentos
No 3T23, os investimentos totalizaram US$ 3,4 bilhões, 4,7% acima do trimestre anterior. “Mesmo com o cenário desafiador enfrentado pelo mercado fornecedor no contexto inflacionário pós-pandemia, que influenciou a capacidade de suprimento da demanda crescente de recursos críticos para a indústria de óleo e gás, projetamos encerrar o ano com patamar de US$ 13 bilhões de investimentos, sem comprometer a meta de produção planejada para 2023”, aponta a companhia em seu relatório.
No segmento de Exploração e Produção, os investimentos totalizaram US$ 2,9 bilhões, 11% acima do 2T23, devido ao aumento dos investimentos em grandes projetos do pré-sal, em especial nas novas unidades de produção em Búzios, avanço em campanhas de poços e atividades submarinas.
De forma geral, os investimentos do trimestre estiveram concentrados, principalmente, no desenvolvimento da produção do pré-sal da Bacia de Santos, em águas profundas pós-sal, e exploratórios.
Considerando o segmento de gás e energia, os investimentos cresceram 57% na compração com o trimestre anterior devido a maiores aportes em manutenções corretivas de grande porte e na unidade de processamento de gás natural do Rota-3. Adicionalmente, a empresa destaca a entrada em operação do FPSO afretado Anita Garibaldi de Marlim 1, cujo valor de contrato de arrendamento totaliza US$ 2,4 bilhões.