Competitividade de painéis solares não será vista no curto prazo, prevê WEG

Poliana Souto

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Poliana Souto

Publicado

22/Fev/2024 16:58 BRT

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Com o fim da redução da tarifa de importação dos painéis fotovoltaicos, anunciada em janeiro deste ano, a WEG não vê um aumento da competitividade brasileira no mercado de painéis solares, pelo menos no curto prazo.

Na opinião de André Salgueiro, diretor Financeiro da fabricante, a produção doméstica dos equipamentos é “relativamente pequena” e não tem capacidade para atender toda a demanda do mercado interno.

“Dado o custo na China, especialmente com a queda preço do painel, muito expressiva ao longo do ano passado, a gente não vê uma mudança muito significativa no mercado. O preço reduziu bastante e agora tem o efeito da importação, que puxa um pouco para cima, mas boa parte da indústria é de importados, isso vai acabar sendo uma condição de mercado. Não vemos uma interferência muito grande no curto prazo”, destacou Salgueiro em teleconferência realizada com investidores nesta quinta-feira, 22 de fevereiro.

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Para o longo prazo, o executivo estima uma possível mudança de cenário, mas que dependerá do aumento da capacidade da produção nacional. Contudo, o Brasil ainda pode sentir uma “presença significativa” dos equipamentos chineses.

No quarto trimestre de 2023, a redução do custo dos módulos fotovoltaicos surtiu efeitos na receita líquida da companhia no Brasil, que cresceu 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, a R$ 8,56 bilhões, sendo as áreas de transmissão e distribuição (T&D) um dos principais motivos do resultado positivo - juntas subiram 3,1% na etapa.

Os setores contabilizaram um aumento nas entregas de transformadores de grande porte e subestações para projetos ligados aos leilões de transmissão e nas vendas de transformadores para redes de distribuição. Nos negócios de geração, o crescimento do volume de entrega de aerogeradores também contribuiu.

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A WEG reportou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão no quarto trimestre de 2023, aumento de 46,2% em relação ao período homólogo.

A receita líquida foi de R$ 8,56 bilhões, alta de 7,3%. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 1,8 bilhão, um crescimento anual de 17,3%.

Segundo a companhia, o desempenho foi impactado pelo mercado interno e pelo aumento de 29,3% nas vendas de geração, transmissão e distribuição (GTD) no mercado externo, sendo impulsionado principalmente pela venda de transformadores para geração de energia eólica e solar e para concessionárias de energia na América do Norte.

“O fato é que a dinâmica de T&D está bastante positiva na América do Norte como um todo, especialmente nos Estados Unidos, por conta dos investimentos em renováveis e em toda a parte de eletrificação, principalmente na parte de mobilidade elétrica. Isso é um resultado do Inflation Reduction Act (IRA), que veio com incentivos grandes na parte de grid, fazendo com que a demanda por transformadores subisse significativamente nos últimos anos”, disse Andre Salgueiro, diretor financeiro da companhia.

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O resultado também foi suportado pelo crescimento do retorno sobre o capital investido - que cresceu 39,2% em comparação com o quatro trimestre de 2022-, e pela manutenção das margens operacionais em níveis elevados, motivados pela continuidade pela acomodação dos custos das matérias-primas aliado à alteração do mix de produtos vendidos – que representaram 16% das vendas brutas da WEG no período.