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Piora do resultado financeiro pesa e AES tem prejuízo no 1º trimestre

A AES Brasil terminou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 102,4 milhões, ante um lucro de R$ 60,4 milhões obtido no mesmo período do ano passado. O resultado refletiu, entre outros fatores, a menor geração eólica dos ativos da companhia no período, e a piora do resultado financeiro do trimestre, que veio negativo em R$ 245,4 milhões, aumento de 69,5% em relação ao resultado financeiro do primeiro trimestre de 2023, que foi negativo em R$ 144,8 milhões.

Piora do resultado financeiro pesa e AES tem prejuízo no 1º trimestre

A AES Brasil terminou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 102,4 milhões, ante um lucro de R$ 60,4 milhões obtido no mesmo período do ano passado. O resultado refletiu, entre outros fatores, a menor geração eólica dos ativos da companhia no período, aumento de despesas não recorrentes, e a piora do resultado financeiro do trimestre, que veio negativo em R$ 245,4 milhões, aumento de 69,5% em relação ao resultado financeiro do primeiro trimestre de 2023, que foi negativo em R$ 144,8 milhões.

A receita líquida da companhia cresceu 5,4%, a R$ 828,6 milhões, enquanto os custos com energia, que incluem encargos setoriais e de transmissão, cresceram 30,5% no período, a R$ 295,4 milhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 340,2 milhões nos três primeiros meses de 2024, retração de 14,6%.

No trimestre, a geração das hidrelétricas da AES Brasil caiu 25,1%, a 2.589 GWh, refletindo o menor despacho das hidrelétricas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em meio à estratégia de preservar os níveis dos reservatórios com as chuvas abaixo da média neste início do ano. No total, a geração da companhia somou 3.800 GWh, retração de 16,8%, já que geração eólica cresceu 9,7%, a 1.058 GWh, e a solar subiu 5,4%, a 152,7 GWh.

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A geração eólica cresceu pela entrada em operação faseada de Tucano e Cajuína, apesar dos ventos mais fracos no Nordeste. A velocidade média dos ventos das usinas da companhia caiu 10,3% no período, e a disponibilidade das eólicas foi ainda afetada por um problema em um transformador no complexo Ventos do Araripe durante março.

Endividamento

Ao fim do trimestre, a dívida líquida da AES Brasil estava em R$ 9,2 bilhões, aumento de 24,7% na comparação anual, devido à retração de 46,2% no caixa disponível na companhia, que caiu 46,2%. 

Ainda assim, os recursos em caixa, que somavam R$ 2,44 bilhões ao fim de março, seriam suficientes para pagar a dívida que vence em 2024, da ordem de R$ 1,68 bilhão. 

A companhia informou que ainda persegue a estratégia de obter financiamentos de longo prazo para substituir os empréstimos-ponte que vencem em 2024 e 2025, que somam, respectivamente, R$ 935 milhões e R$ 1,066 bilhão. A estratégia tem o objetivo de estender o prazo médio da dívida, migrar a exposição do CDI para o IPCA e, assim, reduzir o custo médio da dívida. 

Em abril, algumas operações nesse sentido foram concluídas, como a emissão de debêntures e contrataçãode linhas de financiamento subsidiado que ainda não foram desembolsados. Assim, o prazo médio da dívida, que era de 4,2 anos ao fim de março, será estendido a 5,9 anos, e a exposição ao CDI será reduzida de 53% da dívida a 38%, o que proporciona uma proteção natural aos resultados, já que os contratos de venda de energia são ajustados anualmente pelo IPCA.