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Sindicatos se reúnem com Cemig para evitar aumento médio de 314% no plano de saúde

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Escritório da Cemig (MG)

A Cemig e representantes de sindicatos mineiros iniciam amanhã, 26 de março, as tratativas sobre queixas de servidores contra o aumento na alíquota do plano de saúde corporativo.

As alterações da Cemig incluem cortes, criação de novos planos e a possibilidade de um reajuste de até 60,5% nas mensalidades. Além do reajuste das mensalidades, Marcelo Correia, conselheiro da Associação dos Beneficiários da Cemig Saúde e Forluz, disse que a proposta também inclui a retirada de patrocínio da Cemig, com um reajuste de 6,54% na contribuição das patrocinadoras do plano de saúde. 

“Tudo isso vai gerar um aumento médio para cada trabalhador de 314%. Um funcionário que paga hoje R$ 790 vai passar a pagar R$ 2.480. Então, muitos não poderão continuar com o plano de saúde”, disse Correia.

O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais, Emerson Leite, criticou o possível aumento do valor do plano de saúde. De acordo com ele, a Cemig criou, no passado, duas estruturas de apoio a seus trabalhadores, em decorrência do adoecimento em função do trabalho e do envelhecimento: a Forluz, que cuida da questão previdenciária, e a Cemig Saúde.

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“Agora é a vez da Cemig Saúde, mas o governo Zema tem atacado sistematicamente essas duas instâncias. E isso não é por acaso”, falou, enfatizando que a atual gestão aposta na privatização das estatais.

Em audiência pública na Assembleia Legislativa de minas no início de março, Reynaldo Passanezi, presidente da Cemig, disse que o fim da contribuição patronal ocorrerá por conta do encerramento de um acordo firmado com os sindicatos.

Já na teleconferência para divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, Cristiana Fortini, vice-presidente Jurídica da Cemig, destacou a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que não são mais válidas as cláusulas de extensão automática dos planos de assistência médica pós-emprego (PSI) da Cemig no final do ano passado. A decisão é relativa aos acordos coletivos de trabalho de 2010 e 2016 e tem efeito prático retroativo a partir de 31 de dezembro de 2023.

“Essa vitória imprime a cessação da validade de uma cláusula de dois acordos coletivos, segundo as quais o benefício do pós-emprego do plano de saúde, ele seria indefinido no tempo, ou seja, a companhia teria um ônus com relação a essa questão do plano de saúde, sem um limitador temporal. Nós tivemos a cessação da validade dessas cláusulas, nós temos algumas discussões pontuais, que ainda tramita na Justiça, e estamos, obviamente, abertos à negociação com os sindicatos”, disse a executiva.