Insumos para geração solar precisam quadruplicar e produção ser descentralizada, diz agência

Poliana Souto

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Poliana Souto

Publicado

08/Jul/2022 13:18 BRT

A capacidade atual de fabricação dos principais componentes de painéis solares precisaria quadruplicar até 2030 para garantir o fornecimento seguro e o cumprimento das metas de redução das emissões de carbono globalmente, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), em novo relatório divulgado nesta quinta-feira, 7 de julho.

O relatório avalia que novas instalações de cadeias de suprimento para sistemas de energia solar fotovoltaica podem atrair US$ 120 bilhões em investimentos até 2030, caso aconteça uma expansão. Além disso, a diversificação de países supridores de equipamentos é vista como uma das principais estratégias para reduzir os riscos da cadeia em todo mundo.

Segundo a agência internacional, a China desempenhou um papel fundamental na expansão da produção e do mercado de painéis solares mundial, tornando a fonte mais barata e acessível. Atualmente, o país é responsável por mais de 80% da fabricação dos principais suprimentos do setor, incluindo o polissilício e wafers (lâminas de silício cristalino).

A previsão é que a China possa alcançar 95% da produção dos insumos de painéis solares nos próximos quatro anos. “A China tem sido fundamental na redução dos custos mundiais da energia solar fotovoltaica, com múltiplos benefícios para as transições de energia limpa”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da IEA.

Por outro lado, essa concentração no processo de fabricação também pode representar desafios para os governos, uma vez que para cumprir as metas internacionais de descarbonização, ainda é necessária uma expansão “sem precedentes” da fabricação dos componentes, com o aumento da cadeia de produção dos materiais, como o polissilício, lingotes, wafers, células e módulos.

Em entrevista para à Reuters, Birol afirmou que caso ocorra um incêndio ou um desastre natural próximo às fábricas chinesas, poderá ocorrer implicações na transição energética global e causar “vulnerabilidade considerável”.