Mercado de carbono será estratégico para empresas em 2023, prevê Wood Mackenzie

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

05/Jan/2023 16:09 BRT

O ano de 2023 será marcado pelo aumento de projetos envolvendo captura, uso e armazenamento de carbono, aponta o novo relatório da Wood Mackenzie, divulgado nesta quinta-feira, 5 de janeiro.  Ao longo de 2022, o pipeline global de projetos do tipo subiu mais de 50%, indicando que o ritmo de expansão neste ano será acelerado.

Segundo a consultoria especializada, a captura de carbono deixará de ser “um assunto nichado” e vai ser alvo de investimentos relevantes neste ano. Ainda assim, muitos dos projetos na fila só devem entrar em operação no fim da década, já que os grandes emissores de gases poluentes devem aguardar o estabelecimento dos maiores hubs da tecnologia para decidirem sobre a adesão.

O relatório aponta que quatro assuntos devem pautar o debate em torna do armazenamento e captura de carbono neste ano: abertura de novos hubs para reduzir as emissões de CO2, novas fusões e aquisições de empresas voltadas aos hubs, atualização de políticas de governos para o setor e maiores investimento em armazenamento.   

A consultoria prevê uma “enxurrada” de fusões e aquisições no setor, uma vez que as empresas buscam a vantagem de serem os “first-movers”, expressão em inglês para aqueles pioneiros na nova tecnologia, em novas regiões do mundo. O movimento deve ter origem em empresas desenvolvedoras de projetos em busca de capital para desenvolvê-los, enquanto os compradores devem ser grupos que colocaram a captura de carbono de forma central nas suas estratégias, mas ainda não têm uma carteira de projetos significativa.

Globalmente, a Wood Mackenzie espera ver um aumento nas parcerias público-privadas para projetos de grande escala, seguindo os exemplos estabelecidos na Europa.