A abertura do mercado de gás natural brasileiro deve aumentar de forma considerável a demanda prevista para os próximos 10 anos. No caderno de gás natural do Plano de Desenvolvimento Energético (PDE) 2031, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que o setor pode contar com uma demanda adicional de até 60 milhões de m³/dia, com entrada gradual no decênio, atingindo 239 milhões de m³/dia.
A oferta adicional relacionada ao Novo Mercado de Gás, por sua vez, deve chegar a 14 milhões de m³ por dia até 2031, chegando a 273 milhões de m³/dia.
Para 2021, a EPE calcula uma demanda total de 126 milhões de m³/dia, sendo 56 milhões de m³/dia em demanda não termelétrica, e 64 milhões de m³/dia em demanda termelétrica máxima. A demanda total deve terminar esse ano em 190 milhões de m³/dia.
Isso porque as melhorias trazidas pelo Novo Mercado de Gás devem aumentar a viabilidade da produção nacional, e novos projetos de demanda devem se viabilizar, de acordo com o PDE 2031. Serão incentivadas conexões dos sistemas via modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário.
No lado da oferta, a produção líquida nacional deve crescer, por meio de unidades existentes e novas, enquanto são previstos quatro novos terminais de importação de GNL: Santos/SP, Gás Sul/SC, Suape/PE e Barcarena/PA.
O documento aponta que o GNL continuará com valores competitivos no mercado global, mas deve incluir custos de frete e regaseificação para que seja internado no mercado nacional.
Considerando a trajetória de referência prevista, o preço ao consumidor final deve se manter ao longo do decênio, saindo de US$ 12,50/MMBtu em 2021 para US$ 12,40/MMBtu em 2031, com pico de US$ 13/MMBtu em 2027. Esse cenário considera a negociação da molécula em hubs que vão compor a base de oferta, promovendo acesso dos clientes finais a um portfólio diversificado com diferentes critérios para prazos, flexibilidade e volume.