A geração de termelétricas a gás natural apresentou uma redução de 24,9% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A redução foi apresentada pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e aponta que o acionamento de térmicas da fonte de 10,4 milhões de metros cúbicos/dia.
O consumo de gás natural para cogeração de energia também apresentou queda, com retração de 20,6% e atingindo 1,65 milhões de m/dia.
Segundo a associação, a redução do consumo é um reflexo da pandemia do novo coronavírus. O consumo total de gás natural no Brasil registrou uma retração de 25,4% na comparação com maio de 2019, com queda de 54,4 milhões de metros cúbicos/dia para 40,6 milhões de metros cúbicos/dia em maio de 2020. Na comparação com abril desde ano, a queda foi 0,9%.
O comércio foi o segmento que sofreu o maior impacto na demanda, com recuo de 63,9% em maio relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto o segmento industrial, que usa o gás natural mais intensivamente, registrou queda de 24% em relação a maio de 2019, com 21,8 milhões de metros cúbicos/dia. Por outro lado, a classe residencial teve crescimento de 26,8% no consumo, quando comparado com o mesmo período de 2019.
Hoje o país possui mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras de gás natural, entre clientes nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.
Segundo Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás, a associação tem discutido com o Ministério de Minas e Energia (MME) uma solução para mitigar os efeitos da crise no setor.
“Nas nossas estimativas, é preciso um fundo de R$ 3 bilhões. A solução para o setor elétrico já foi encontrada e é necessário agilidade para resolver certos entraves para facilitar empréstimos bancários que evitem que o setor seja desestruturado. O setor de gás natural será fundamental para o processo de recuperação da economia”, diz Salomon.
