Óleo e Gás

Estudo indica a necessidade de cinco gasodutos para atender produção de gás natural até 2030

O planejamento setorial prevê a construção de cinco gasodutos ligados à Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs) para conseguir atender a produção de gás natural no Brasil até 2030, conforme o Plano Indicativo de Processamento de Gás Natural (Pipe), produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).Para essa nova infraestrutura, o estudo aponta 11 opções, que devem levar a investimentos da ordem de R$ 40 bilhões em quatro estados brasileiros.

O Pipe deverá passar por uma atualização dos volumes e áreas produtoras e tem previsão de ser publicado em 2021. A apresentação das alternativas foi apresentada pela diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges Esteves, durante worshop promovido pela EPBR.

Segundo Esteves, a criação de uma malha para escoar o aumento da produção de gás natural no país é um dos grandes desafios para o planejamento, que dificulta a monetização das descobertas de campos no Brasil. A EPE prevê que a produção líquida nacional de gás natural pode chegar a 147 milhões de m/dia em 2030 nas bacias de Campos e Santos (Pré-sal); de Sergipe-Alagoas (Pós-sal) e nas bacias do Recôncavo e do Solimões (Terrestre).

Os projetos levariam a investimentos potenciais de R$ 40 bilhões na soma dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo, com a criação de oito mil novos postos de trabalho durante a construção dos projetos e de seis mil empregos durante a operação.

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O estado do Rio de janeiro lidera na previsão dos investimentos, com R$ 13,6 bilhões estimados para a construção de infraestrutura, seguido do Espírito Santo, com potencial de R$ 7,6 bilhões.

E a diretora da EPE reforça que a tomada de decisão para que esses novos projetos de escoamento tem que ocorrer agora, para que possam atender à produção nacional. Principalmente, porque a estimativa de produção liquida é superior à de produção bruta, que deverá, até 2030, crescer na ordem de 7,8% ao ano, frente ao bruto de 7,3% ao ano.

“O Pipe traz o horizonte de 2030, mas a decisão tem que ser tomada agora pelo tempo de maturação desses projetos”. Os dados apresentados são estimativas de ordem de grandeza, e qualitativas, para orientar os investidores sobre as possibilidades de rotas de escoamento”.

No caso das rotas de produção do pré-sal, o limite de escoamento é de 44 milhões de m/dia. No entanto, a previsão é de que esse limite seja superado a partir de 2027. Atualmente são utilizadas três rotas de escoamento que, para Esteves, precisam ser ampliadas para que toda a produção seja aproveita.

“Há um mundo de oportunidades (com o gás natural) para térmicas, indústrias e outros tipos de consumo, como a indústria de fertilizantes”. E ela reforça que é necessário incentivar o desenvolvimento desses projetos em linha com o novo mercado, integrado com a revisão do  Novo Mercado de Gás Natural e com a integração ao PDE 2029/2030, para integração do gás natural com  projetos de eletricidade.

Covid-19

Para superar os impactos da Covid-19 no setor, a diretora da EPE complementa que será necessário avançar nas reformas dos projetos para manter os projetos competitivos no Brasil. Isso porque, muitos já estão sendo reavaliados frente às novas condicionantes de demanda e preço. Além disso, o preço do gás natural no mercado global está diminuindo, podendo trazer desafios quanto à competitividade com outros combustíveis, também em queda. 

Uma das medidas para amenizar os impactos, seria a negociação entre produtores para a construção de infraestruturas conjuntas, por meio de uma união entre eles, trazendo economias de escala. Com isso, a regulamentação de compartilhamento de infraestruturas se torna ainda mais importante dentro do Novo Mercado de Gás Natural. 

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