Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram uma Força-Tarefa com o intuito de reduzir a dependência europeia do gás e petróleo da Rússia, ao mesmo tempo em que buscam acelerar a transição energética. A primeira medida concreta envolve a ampliação das ofertas de gás natural liquefeito (GNL) para a Europa em 15 bilhões de metros cúbicos ainda em 2022, com expectativa de novos aumentos a partir de agora.
A oferta adicional de GNL partirá dos Estados Unidos, cujo governo pode trabalhar com parceiros internacionais para assegurar a entrega.
Também serão implementadas medidas para acelerar o uso de energias renováveis, incluindo hidrogênio verde, e no desenvolvimento de novas tecnologias e eficiência enegética. “A segurança energética e a sustentabilidade da União Europeia e da Ucrânia são essenciais para paz, liberdade e democracia na Europa”, diz o comunicado conjunto divulgado nessa sexta-feira, 25 de março.
Segundo o comunicado, Estados Unidos e Comissão Europeia vão implementar medidas para reduzir as emissões de gases de toda a nova infraestrutura de transporte de GNL – via embarcações marítimas – e dos gasodutos associados, incluindo o uso de energia limpa, redução de vazamentos de metano, e a construção de uma infraestrutura de hidrogênio verde.
O governo americano também se comprometeu em garantir um cenário regulatório que permita agir rapidamente caso seja necessário ampliar a capacidade de exportação de GNL. A dependência dos combustíveis fósseis russos deve ser encerrada até 2027.
Ao mesmo tempo, a Comissão Europa vai trabalhar com os governos dos estados membros para acelerar as mudanças regulatórias necessárias para viabilizar a infraestrutura de importação de GNL, incluindo gasodutos que levarão o gás da costa ao continente, o uso de embarcações flutuantes para regaseificação do GNL, e terminais de importação fixos.
Na Europa, os governos vão trabalhar juntos para estabelecer uma plataforma conjunta que reúna a demanda entre abril e outubro deste ano. A Comissão Europeia também vai apoiar mecanismos de contratação de longo prazo com os Estados Unidos, para que os investimentos na infraestrutura de exportação e de importação possam ser viabilizados.
Até 2030, o plano da Comissão Europeia é trabalhar junto dos governos dos países do bloco para garantir demanda estável adicional de cerca de 50 bilhões de metros cúbicos de GNL por ano, com o entendimento de que o preço deve refletir fundamentos de mercado de longo prazo e a estabilidade da cooperação entre demanda e oferta. Os contratos devem também considerar os preços de curto prazo do Henry Hub, e outros fatores de estabilização.
Estados Unidos e Comissão Europeia vão envolver também o setor privado para formular recomendações imediatas de modo a reduzir a demanda por gás na Europa, com o uso de soluções de eficiência energética, como termostatos inteligentes, e investimentos em novas tecnologias. As aprovações para construção de projetos de geração de energia renovável serão aceleradas, incluindo para eólicas onshore e offshore.