A Fluxus, empresa de óleo e gás do grupo J&F, anunciou que vai investir US$ 100 milhões na ampliação da produção de gás natural na Bolívia até 2028. Os recursos serão aplicados em três campos adquiridos recentemente pela Fluxus, que devem elevar a produção diária de 100 mil metros cúbicos de gás para 1,1 milhão de metros cúbicos.
O anúncio foi feito em meio à visita oficial do governo brasileiro à Bolívia, que contou com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que falou sobre o interesse da estatal no gás boliviano.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também esteve no país vizinho, e assinou memorandos de entendimento para viabilizar a interconexão dos sistemas de transmissão entre os países e também para alterar a operação da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO).
Investimento da Fluxus
Além da aquisição e dos investimentos nos três campos atuais, a empresa de óleo e gás da holding dos irmãos Batista também avalia investir em atividades de exploração de gás em novas áreas da Bolívia, informou o presidente da empresa, Ricardo Savini. “Também seguimos prospectando investimentos na Argentina, no Peru e na Venezuela, sempre na direção de nos consolidarmos como uma plataforma sul-americana de óleo, gás e energia”, afirma o executivo.
As operações que receberão os novos investimentos da Fluxus abrangem três campos na bacia Tarija-Chaco: Tacobo, Tajibo e Yacuiba. “Com este passo, a Fluxus aproveita a reserva disponível e a posição estratégica da Bolívia para atender a demanda por gás na região, inclusive dos outros negócios do grupo J&F”, disse Savini.
Aposta do Brasil
Um dos acordos firmados durante a visita prevê a conexão elétrica para que o Brasil possa fornecer energia elétrica a localidades no norte da Bolívia, cujas redes elétricas atualmente operam de forma isolada.
“Essa interligação com o Brasil ajudará a descarbonizar parte da Amazônia entre os dois países, além de dar mais segurança energética aos nossos vizinhos bolivianos”, disse, em nota, o ministro Alexandre Silveira. A interligação se dará entre as subestações Guajará-Mirim (RO/Brasil) e Guayaramerin (Bolívia), e entre as subestações Epitaciolândia (AC/Brasil) e Cobija (Bolívia).
O ministro Alexandre Silveira assinou ainda um aditivo a um memorando de entendimento assinado entre os governos dos dois países em 2007, a fim de promover a integração energética também por meio da utilização da infraestrutura de dutos já existente no transporte de gás natural, satisfazendo a demanda do mercado brasileiro. Além disso, ficam previstos a avaliação e execução de projetos de exploração por meio de novos operadores na região.