A província argentina de Neuquén autorizou a cessão de concessão de exploração de hidrocarbonetos à Fluxus, companhia de petróleo do grupo J&F. Este é o primeiro passo para que a empresa assuma as operações de ativos adquiridos da Pluspetrol em 2023. A autorização foi formalizada nesta terça-feira, 19 de agosto.
A autorização se refere às concessões dos ativos convencionais de Centenario (Blocos I e II) e de ativos não convencionais de Centenário Centro, que já estão em produção e atualmente seguem sob responsabilidade da Pluspetrol.
O acordo de cessão prevê investimentos de US$ 21,3 milhões para a reativação de 54 poços entre 2026 e 2027 e para a manutenção de instalações existentes. Além disso, deve ocorrer o abandono de 76 poços que não são comercialmente viáveis. Houve, ainda, o pagamento de US$ 600 mil em obrigações locais.
Segundo o ministro de Energia e Recursos Naturais da província de Neuquén, Gustavo Medele, a companhia deve começar a operar ainda neste ano. “Eles aproveitaram todo esse período para conhecer a área e desenvolver um plano de trabalho, então entendemos que a adaptação será muito rápida “, declarou Medele em comunicado. “Com todas as autorizações e a aprovação do governador, agora podemos dizer que temos um novo operador na bacia de Neuquén”, complementou a autoridade.
“Estamos muito satisfeitos com a chegada a Neuquén. Estamos aqui para investir pesado, retomar a produção, recuperar poços e, como dizemos, reconstruir o campo. Vamos trabalhar tanto no campo convencional quanto em Vaca Muerta, porque há um potencial significativo de Vaca Muerta lá”, declarou em nota o CEO da Fluxus, Ricardo Savini.
Segundo o executivo, esta deve ser a primeira de outras operações da empresa no país. “Buscaremos outras oportunidades na Argentina, especialmente na província com as maiores reservas de petróleo, Neuquén “, adiantou.
Outras negociações da Fluxus com a Pluspetrol
A transferência de ativos na Argentina não foi o primeiro negócio entre a brasileira Fluxus e a Pluspetrol. Em 2024, a Fluxus comprou as operações da Pluspetrol na Bolívia, com a aquisição de três campos produtores de gás natural.
No momento da transação, a produção era de 100 mil m³ de gás por dia, mas a empresa calculava que o potencial poderia ser dez vezes superior. A empresa anunciou investimentos de US$ 100 milhões até 2028 para desenvolver os ativos.
Além das reservas de gás, os ativos adquiridos na Bolívia incluíram duas estações de tratamento de gás e capacidade de transporte da produção para a Bolívia, Brasil e Argentina. Na Bolívia, a Fluxus também firmou acordos iniciais com a estatal YPFB para avaliar o potencial de hidrocarbonetos na bacia Subandina Sul.