Diante do agravamento do cenário de suprimento do gás russo para a Europa, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) lançou nesta segunda-feira, 18 de julho, um conjunto de recomendações para que o continente se prepare para um possível corte completo do gás importado, durante o próximo inverno.
Segundo a agência, após elaborar o plano de dez pontos com o intuito de aliviar as pressões impostas ao setor energético europeu, seguida em partes pelos governos, e o aumento dos preços do gás ajudarem a conter o consumo, a interrupção da operação do Nord Stream 1 para manutenção trouxe incertezas sobre o futuro do suprimento no continente.
Para Faith Birol, diretor-executor da IEA, as medidas europeias tomadas até agora contra os cortes nos suprimentos russos estão ficando aquém, sendo necessário que os governos “façam valer a pena cada dia restante” por meio de esforços para encher as instalações de armazenamento de gás acima de 90% da sua capacidade nos próximos três meses.
Além disso, a agência propôs cinco recomendações que ajudariam a União Europeia (UE) a “sobreviver” ao inverno rigoroso. Entre as medidas, está o estabelecimento de padrões e controles de resfriamento para uso de condicionadores de ar doméstico e público, e a “harmonização” do planejamento de emergência em toda a UE através de medidas para cortes de oferta.
A agência também lista outras medidas, como políticas de conscientização para reduzir o consumo em horários de pico, a queima de carvão e o uso de energia nuclear e do petróleo em vez de gás para geração de eletricidade, temporariamente.
Adicionalmente, o relatório recomenda que Europa introduza plataformas para “incentivar os usuários” de gás industrial da UE a reduzirem a demanda por meio de um processo de licitação competitivo.
Para a IEA, essas medidas devem ser tomadas imediatamente, já que a Rússia pode renunciar à receita que obtém com a exportação de gás para a Europa a fim de obter influência política. Não segui-lás pode colocar a Europa como o epicentro da “primeira crise energética global”.