A indústria de óleo e gás vai investir globalmente US$ 183 bilhões nos próximos dez anos, gerando 500 mil empregos e recolhendo US$ 622 bilhões em tributos. Os dados foram apresentados pelo presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, nesta segunda-feira, 26 de setembro.
“A indústria do petróleo é a primeira a reconhecer a transição energética, mas com segurança para evitar a pobreza energética”, disse Ardenghy, durante a cerimônia de abertura da Rio Oil & Gas, principal evento da indústria petrolífera brasileira.
O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, que participou à distância, por questões de saúde, destacou que o pré-sal é o foco da companhia neste momento, porém a empresa está desenvolvendo áreas de novas fronteiras, como a margem equatorial. Ele afirmou ainda que, em outra frente, a companhia tem investido em descarbonização.
“Estamos priorizando o investimento em descarbonização”, disse Andrade, lembrando que a empresa planeja investir US$ 2,8 bilhões para redução e mitigação de emissões de gases de efeito estufa.
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou que a produção brasileira de petróleo crescerá 73% nos próximos dez anos. Ele disse ainda que Petrobras fará todo o possível para cumprir o acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender todas as refinarias previstas.
A semana do Rio Oil & Gas
A indústria de petróleo e gás natural é constantemente cobrada pela necessidade urgente de transição energética, para obter uma participação cada vez maior de fontes renováveis na matriz energética e reduzir a emissão de gases de efeito estufa nas operações que envolvem a produção e consumo de combustíveis fósseis. Nesta edição da Rio Oil & Gas – principal evento da agenda da indústria petrolífera brasileira e que ocorre nesta semana no Rio de Janeiro – , porém, há um novo fator de pressão: a segurança energética.
O corte e no fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa e outros impactos oriundos da guerra entre russos e ucranianos, iniciada em fevereiro deste ano, colocaram o tema da segurança energética no mesmo patamar de preocupação que a transição energética, assunto que já vinha sendo trabalhado nas edições anteriores da Rio Oil & Gas.
Um sinal dessa nova agenda em curso pela indústria petrolífera é a programação do congresso da Rio Oil & Gas, que terá painéis sobre ESG, descarbonização e eólicas offshore, entre outros temas relacionados à sustentabilidade.
“A indústria do petróleo tem a missão de garantir o suprimento de energia para o mundo todo e financiar a jornada rumo a uma economia de baixo carbono. No atual cenário de emergência climática, o setor reúne ainda mais esforços para prover os investimentos e as tecnologias necessários à transição energética”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy.
De acordo com estimativas da entidade, responsável pela realização da Rio Oil & Gas, o encontro, o primeiro presencial desde a pandemia de Covid-19, deve reunir cerca de 40 mil participantes, que vão circular por 51 mil m² de seis armazéns, onde acontecerão a feira e o congresso com os principais executivos e especialistas do setor do Brasil e do mundo.
A Rio Oil & Gas ocorrerá entre os dias 26 e 29 de setembro na região portuária do Rio de Janeiro.
*Matéria atualizada às 10h10 para inclusão de informações da abertura