A Petrobras anunciou que o FPSO Maria Quitéria produziu seu primeiro óleo nesta terça-feira, 15 de outubro, no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos. Esta é a primeira plataforma de ciclo combinado, tecnologia que reduz as emissões de gases de efeito estufa por utilizar turbinas a gás e a vapor – após a geração de energia a gás, o calor da operação é recuperado e transformado em vapor, para abastecer as turbinas movidas a esta fonte. Assim, há uma nova geração de energia com a mesma quantidade de gás.
No total, a Petrobras avalia que o FPSO Maria Quitéria terá reduções de 24% em suas emissões operacionais de gases de efeito estufa. A plataforma tem capacidade para gerar 100 MW de energia.
O FPSO teve sua entrada em operação antecipada, já que o planejamento da Petrobras previa início de operação para 2025. “Foi feito um esforço muito grande para antecipar”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a jornalistas nesta segunda-feira, 14 de outubro.
A unidade tem capacidade de produzir diariamente até 100 mil barris de óleo e de processar até 5 milhões de m³ de gás, e terá interligações a oito poços produtores e oito injetores. A Petrobras é a única detentora dos direitos de produção do campo de Jubarte – assim, embora a plataforma tenha capacidade menor do que outras da estatal, a totalidade da produção fica com a Petrobras.
Revitalização da Bacia de Campos: “Pode produzir mais 50 anos”, diz Chambriard
O campo de Jubarte foi descoberto em 2001. Em 2019, a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) celebraram um acordo para a prorrogação do prazo de concessão até 2056 do novo campo de Jubarte unificado.
A Petrobras iniciou um projeto de revitalização da Bacia de Campos, onde ocorreram as primeiras grandes descobertas do offshore brasileiro. Em 2024, a região completa 50 anos de atividades de óleo e gás.
Em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira, Magda Chambriard se disse “incomodada” com o fator de recuperação da formação, que atualmente gira em torno de 17%, segundo a executiva.
“Entendemos que a Bacia de Campos pode produzir nos próximos 40, 50 anos, quem sabe a mesma quantidade de petróleo que ela produziu até hoje – é claro que sem o pico de produção que ela já teve. Mas estaremos voltados para um melhor aproveitamento da Bacia de Campos e das possibilidades de produção que essa bacia nos traz”, disse Chambriard.
No campo de Marlim, o projeto de revitalização da Bacia de Campos deve adicionar mais 860 mil barris de óleo à produção inicialmente projetada. Em setembro, durante a ROG.e, a Chambriard também informou que a companhia estudava reabrir um poço no campo de Roncador, que produziu óleo mas ainda teria potencial para produção de gás natural.
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), criado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizou estudo com alternativas para manter a relevância econômica na Bacia de Campos. Entre as soluções, estão o aumento no fator de recuperação das reservas já conhecidas e campanhas exploratórias para identificação de novos reservatórios.