Óleo e Gás

Nova Lei do Gás coloca o Brasil entre os países que mais receberão investimentos para gasodutos

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A Nova Lei do Gás, sancionada em abril de 2021 pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, deverá acelerar o desenvolvimento de gasodutos rapidamente no Brasil, segundo o novo relatório da Global Energy Monitor (GEM). O documento aponta que há 70.900 km de gasodutos em construção no mundo, com 122.500 km adicionais em desenvolvimento, sendo os maiores investimentos previstos para Brasil, China, Índia, Rússia, Austrália e Estados Unidos.

Apesar do mercado não ter percebido essa potencialidade no ano passado, o relatório explica que a contratação de novos gasodutos reduziu em 2021 por conta dos efeitos da pandemia do covid-19. No entanto, o mercado já estaria passando por uma rápida retomada, com 36.800 km em construção e já programados para serem comissionados neste ano.

Conforme o levantamento, o Brasil tem US$ 22,2 bilhões de gasodutos em desenvolvimento, com 7.700 km propostos e 400 km em construção. Mundialmente, a retomada da expansão da rede global de gasodutos cria um risco de ativos irrecuperáveis de US$ 485,8 bilhões, indica o estudo do GEM.

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“Para o Brasil, um enorme investimento em gasodutos não será apenas ruim para a crise climática, é uma má política econômica, pois muitos desses gasodutos se tornarão ativos irrecuperáveis”, afirma Gregor Clark, gerente de Projetos do Portal Energético da GEM. Além disso, Clark ressalta que as termelétricas têm encarecido o preço da energia no país.

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Sobre isso, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) tem advertido sobre o pico da demanda por gás e reforçado o diálogo sobre transição energética e neutralidade de carbono. Entretanto, os números apresentados pela relatório apontam que países como China e Estados Unidos estariam indo na contramão dessas advertências e recomendações, com investimentos no setor de gás de US$ 89,1 bilhões e US$ 47,6 bilhões, respectivamente.

Nesse sentido, a União Europeia aprovou no início deste mês o Selo Verde para o gás natural e a energia nuclear, classificando-as como fontes limpas de geração. Essa ação, contudo, não foi bem recebida por todos os países-membros, como é o caso da Espanha e da Dinamarca.

Em uma coletiva de imprensa conjunta entre a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, e o presidente espanhol, Pedro Sánchez, realizada na última segunda-feira, 21 de fevereiro, ambos concordaram que o projeto da Comissão Europeia, denominado de “taxonomia verde”, não é sustentável e passa a ideia errada sobre a transição energética tanto para os investidores quanto para a sociedade de forma geral.

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