Óleo e Gás

Opep concorda com aumento de produção da Rússia enquanto Arábia Saudita anuncia corte voluntário

Os membros da Opep + – grupo formado pela Organização dos Países Exportadores (Opep) e outros grandes produtores, como a Rússia – concordaram com um aumento de produção de 150 mil barris diários pela Rússia e o Cazaquistão nos próximos dois meses, ao mesmo tempo em que a Arábia Saudita sinalizou com um corte voluntário da ordem de 1 milhão de barris diários no mesmo período.

De acordo com a Opep, em reunião realizada nesta terça-feira, 5 de janeiro, por videoconferência, foi determinado um aumento da produção de 75 mil barris diários em fevereiro e outro, em igual proporção, em março, pela Rússia e o Cazaquistão. A Rússia elevará a produção em 65 mil barris diários em fevereiro e fará um novo aumento, no mesmo nível, em março. Já o Cazaquistão fará dois aumentos de 10 mil barris diários, um em cada mês.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, anunciou que o país fará um corte voluntário em sua produção de petróleo da ordem de 1 milhão de barris diários.

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A notícia sobre uma ampliação do corte provocou uma elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e das ações da Petrobras, no Brasil. O contrato do petróleo Brent para março estava sendo negociado com alta de 4,835% a US$ 53,56 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). Já as ações da Petrobras subiam 3,46% (PN) e 2,81% (ON), negociadas a R$ 29,91 e R$ 30,33, respectivamente, na B3.

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Com relação ao acordo oficial da Opep +, com a decisão do aumento da produção de Rússia e Cazaquistão, o volume do corte deve chegar a 7,05 milhões de barris diários, ante o volume atual de 7,2 milhões de barris diários. Em janeiro houve um aumento de 500 mil barris diários na produção.

De acordo com nota da Opep, no encontro de hoje foi reconhecida a necessidade de devolver gradualmente ao mercado 2 milhões de barris diários em 2021, em ritmo a ser determinado de acordo com as condições de mercado.

Em abril do ano passado no auge da crise provocada pela pandemia de covid-19, os membros da Opep + aprovaram um corte de produção da ordem de 9,7 milhões de barris diários. No fim de 2020, o volume de corte estava em 7,7 mil barris diários.

Segundo Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e sócio-fundador do CBIE Advisory, há dois aspectos nas decisões tomadas hoje pela Opep +. O primeiro é relativo à decisão unilateral da Arábia Saudita de cortar a produção, o que sinaliza uma política interna em relação à Rússia, que defendia um aumento de sua produção. Para ele, a postura da Arábia Saudita buscou evitar um desacordo que pudesse acarretar em uma nova guerra de preços, igual aquela observada em março de 2020.

O segundo aspecto, de ordem econômica, tem relação com o cenário internacional e as incertezas sobre a implementação de novos lockdowns em alguns países e o avanço da nova variante do coronavírus, de maior transmissibilidade.

A próxima reunião da Opep + está marcada para 3 de fevereiro.

Evolução dos preços do petróleo Brent e WTI de janeiro de 2020 até 4 de janeiro de 2021

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