O mercado aguarda com expectativa a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, como a Rússia (Opep+), nesta segunda-feira, 4 de outubro, e que pode determinar um novo aumento gradual da oferta petrolífera do cartel em 400 mil barris diários.
O encontro, no entanto, ocorre em meio a uma crise de gás natural na Europa, às vésperas do inverno no Hemisfério Norte, e após o aumento de 7,3% do preço dos contratos futuros do petróleo Brent em setembro, encerrando o mês em US$ 78,35 o barril, o que pode levar a entidade a optar por um aumento da produção além do esperado inicialmente.
Outro ponto que pode influenciar a reunião da segunda-feira é o recente aumento dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, da ordem de 4,6 milhões de barris, totalizando 418,5 milhões de barris, na semana encerrada em 24 de setembro.
Segundo Louise Dickson, analista sênior de mercados de petróleo da consultoria Rystad Energy, o cenário de oferta hoje é materialmente mais apertado do que era na última reunião da Opep+, no início de setembro, porém seria atípico o cartel implementar uma política em reação à crise de energia neste momento.
“O cenário mais provável é que a organização mantenha seu plano de aumentar gradativamente a produção em 400 mil barris diários, esperando prudentemente para ver até que ponto o contágio da crise do gás natural e da eletricidade se espalhará no mercado”, afirmou a especialista, em nota.
Ela, porém, acrescentou que uma mudança abrupta de postura da Opep+ não seria algo inédito. “Essas mudanças de política, no entanto, são usadas esparsamente e são a exceção, dificilmente a regra”, completou.
No último Panorama Mensal do Petróleo, a MegaWhat Consultoria indicou que a alta recente do preço do petróleo é impulsionada pelo avanço da vacinação, a reabertura gradual das economias mundiais e os impactos de tempestades climáticas na produção de óleo no Golfo do México.
