O programa de desinvestimentos da Petrobras gerou apenas US$ 1 bilhão de entrada em caixa no acumulado do ano até o fim de setembro. Segundo o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, o plano de venda de ativos da empresa teve sua velocidade afetada pelos efeitos da pandemia de covid-19.
O executivo, porém, destacou, em mensagem que acompanha o resultado financeiro do terceiro trimestre, que há dez operações de desinvestimentos assinadas a serem fechadas, 32 projetos em fase de ofertas vinculantes e sete ativos em fase inicial do processo de venda.
Segundo o executivo, o desempenho da companhia no ano permitiu a redução da dívida bruta, de US$ 87,1 bilhões, em dezembro de 2019, para US$ 79,6 bilhões, em setembro deste ano. Nos últimos 21 meses, destacou ele, a companhia reduziu US$ 31,3 bilhões de dívida, o equivalente a cerca de US$ 1,5 bilhão por mês.
A redução da dívida, acrescentou, “é um fator chave para a nossa companhia, uma vez que contribui para a redução do risco de nosso balanço, para o fortalecimento de nossa resiliência à volatilidade do fluxo de caixa e para liberarmos recursos para investirmos em nossos ativos de classe mundial”.
Castello Branco ressaltou ainda que os custos de extração da petroleira caíram de US$ 7,9 por barril de óleo equivalente (boe), no terceiro trimestre de 2019, para US$ 4,5/boe, de julho a setembro deste ano. No pré-sal esse custo chegou a US$ 2,3/boe.
Devido ao cenário adverso enfrentado pelas petroleiras, com a pandemia de covid-19, a Petrobras realizou um teste de estresse em seu portfólio. Dessa forma, lembrou Castello Branco, apenas os projetos resilientes a um preço médio de US$ 35/boe foram aprovados. “Como consequência, nossos números de capex para os próximos anos serão menores. Nosso objetivo é maximizar valor, não maximizar produção”, completou, na carta.
Ele ressaltou ainda que a petroleira está criando um departamento de mudanças climáticas, que se reportará diretamente à diretoria de relações institucionais e sustentabilidade.